A review by joaotjesus
Red Plenty by Francis Spufford

4.0

Descrição geral:
“Red Plenty”, abundância vermelha, pode (ou não) ser a história de alguns anos entre as décadas de 50 e 60 do século passado, na União Soviética. O autor, que é o primeiro a admitir que não percebe patavina de russo, através das fontes em inglês (traduzidas ou não) que conseguiu arranjar e de algumas viagens já recentes à ex-União Soviética, construiu uma ideia do que seria viver nesse país numa altura em que o sonho de que uma sociedade comunista era inevitavelmente superior a qualquer outra (em especial, uma capitalista). A partir dessa ideia, Spufford romantiza várias vignettes com personagens fictícios (mas alguns fortemente baseados em pessoas reais). Ao longo de cada vignette são inseridas referências, que depois são explicadas em pormenor em notas de rodapé. O enfâse geral é no plano económico e social, e há um tom de otimismo inicial que acaba por descair em pessimismo e desilusão.

Pontos fortes:
O livro está muito bem escrito e cria histórias vívidas, que transportam o leitor para o mundo que está a ser relatado. É um formato muito original, mas que, na minha opinião, funciona muito bem.

Pontos fracos:
É muito fácil nos esquecermos que estas histórias estão “muito mal contadas”, no sentido em que, uma vez que o autor só teve acesso a um número muito pequeno de fontes, é natural que tenha formado uma ideia muito diferente do que seria a realidade, apesar de consistente com a mesma.