A review by j_elphaba
Apologia do Ócio by Robert Louis Stevenson

4.0

3,5 estrelas

Tinha muita curiosidade sobre este título, entre outros com a mesma temática, mas este em particular por se tratar de Robert Louis Stevenson, cuja escrita só conhecia de Dr. Jekyll and Mr. Hyde lido há muitos anos e cujo trabalho quero conhecer melhor.

Dito isto, procurava algo breve e despretensioso para me entreter e foi isso mesmo que encontrei. Não que eu precisasse de ser convencida do valor do ócio ou de uma boa conversa, ambos são priorizados na minha vida, ainda assim foi um prazer descobrir estes ensaios.

Apologia do Ócio é, como próprio título indica, uma franca análise do autor à desvalorização que é feita da arte de não fazer nada e apreciá-la por isso mesmo. Eu acho fundamental e difícil, confesso, desconectar-me nos dias de hoje. Aliás, muito atuais, estas narrativas 1877 e 1882, respetivamente, mostram que desde sempre somos empurrados para a necessidade de ser úteis, de estarmos a produzir e a acrescentar em cada momento das nossas vidas. É uma pressão absurda e prejudicial que nos deveríamos esforçar para desconstruir.

Igualmente, A Conversa e os Conversadores, traz-nos uma reflexão sobre os vários tipos de intervenientes de uma conversa e os prazeres da mesma. Uma vez mais, já estava comprada antes de começar a ler.
Poucas coisas me dão tanto prazer como conversar ou apreciar uma boa conversa entre todo o tipo de interlocutores. Eu acho fascinante, como os discursos e as posturas se alteram mediante cada um e cada tema, enriquecendo e temperando as vidas dos que os rodeiam. Desde que haja sempre respeito, uma conversa pode ter um valor incalculável, não concordam?

Enfim, são dois ensaios breves de que o leitor pode usufruir de forma descomplicada numa leitura breve. Eu não fiquei arrebatada, mas gostei bastante.