A review by escapadelaliteraria
Fahrenheit 451 by Ray Bradbury

2.0

"Fahreinheit 451", vale ou não a pena?

Talvez seja eu o problema, ou talvez não tenha sido a melhor altura para ler este livro, mas a verdade é que não vejo o motivo de esta obra ser considerada um clássico da literatura mundial.
Não me recordo da última vez que demorei mais de dois meses a terminar um livro, e infelizmente, isto aconteceu em F.451.

Do que se trata?

Fahreinheit 451 é um romance distópico, que tem por base um mundo onde os livros são proibidos. Todos os que insistem em ler ou ter na sua posse livros são condenados à prisão, e a função dos bombeiros é queimar os locais onde estes livros se encontram. Basicamente, tudo o que leve as pessoas a pensar e a questionar é expressamente banido pelo governo, sendo considerado perigoso para a sociedade. Apreciar a Natureza ou debater sobre qualquer tipo de tema é motivo também de denúncia, mesmo que sejam entre amigos e/ou familiares. O ser humano é como que obrigado a ser feliz, sem perguntas, tendo ao ser dispor a melhor e mais avançada das tecnologias, nomeadamente uns ecrãs gigantes que ocupam a totalidade da parede, e em que existe uma interação entre o espectador e as personagens dos programas, como se fossem reais, como se fossem uma família.
Montag é a personagem principal deste livro e, no decorrer destas páginas, vemos a sua enorme transformação, causada por Clarisse, uma adolescente que adora sentir a chuva, contactar com a natureza, conversar e questionar sobre tudo. É a partir deste primeiro contacto que Montag começa a questionar-se sobre tudo o que sabe ( ou acha saber) sobre a vida.


O que gostei?
Apesar de ter sido escrito há mais de 50 anos, continua a ser bastante atual.
Gostei da premissa e da originalidade de colocarem o papel do bombeiro como as pessoas que queimam as casas de quem lê e possui livros. Como seria se ler fosse proibido nos dias de hoje? ( Nem quero pensar ! )
Ainda que não tenha achado o livro nada de especial, ele está repleto de frases marcantes e bonitas.


"(...) - É feliz?
- Sou o quê? - gritou ele.
(...)
Feliz! Que idiotice."


O que não gostei?
O início foi um pouco confuso e foi muito difícil de avançar na história, estando a alongar dias a fio esta parte.
Senti que faltou um desenvolvimento ao longo de toda a história, seja com a explicação do destino das personagens, como também o motivo de certos acontecimentos descritos.
A única personagem feminina que gostei foi a Clarrisse, que ao fim de algumas páginas desapareceu do mapa, e que para mim teve e teria um papel fundamental até ao fim.

Talvez no futuro tente dar uma nova oportunidade a esta história e a possa apreciar mais, mas desta vez senti-me assim.