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inesffricardo 's review for:
Filha da Louca
by Maria Francisca Gama
emotional
sad
tense
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
Livro angustiante, que me deixou ansiosa a todo o instante relativamente ao próximo passe da personagem Clara. Deixou-me muito revoltada as condições e as coisas que a Matilde teve de assistir ao longo da sua infância/ adolescência e a forma como foi influenciada pela sua realidade.
Gostei muito deste livro da Maria Francisca, ainda que não me tivesse prendido tanto como A Cicatriz.
No entanto, acho que se nota uma maturidade na sua escrita.
“Somos jovens, morre-nos uma mãe, no entanto, o período letivo tem de continuar e não há tempo a perder. Somos adul-tos, morre-nos um pai, mas, passados cinco dias, temos de estar prontos para regressar ao trabalho: chamam-lhe nojo, o período de nojo, e eu não diria melhor.”
“Apertei-lhe a mão. Não percebia muitas das coisas que me dizia, ser criança é ouvir por inteiro e perceber por metade, mas há uma sensibilidade que nasce connosco, ou que vamos cons-truindo, aprimorando, um dia, olhamos para os nossos pais e sabemos que estão tristes, reproduzimos os gestos que têm para connosco, se nos abraçam quando choramos, abrimos-lhes os braços perante as suas lágrimas, se nos dão a mão para não termos medo no escuro do quarto, minutos antes de adormecermos, esperamos que os nossos dedinhos, tão mais pequenos, que não conseguem guardar os seus, mais gordos, muito maiores, possam, ainda assim, ser consolo.”
[Lido em formato físico]
Gostei muito deste livro da Maria Francisca, ainda que não me tivesse prendido tanto como A Cicatriz.
No entanto, acho que se nota uma maturidade na sua escrita.
“Somos jovens, morre-nos uma mãe, no entanto, o período letivo tem de continuar e não há tempo a perder. Somos adul-tos, morre-nos um pai, mas, passados cinco dias, temos de estar prontos para regressar ao trabalho: chamam-lhe nojo, o período de nojo, e eu não diria melhor.”
“Apertei-lhe a mão. Não percebia muitas das coisas que me dizia, ser criança é ouvir por inteiro e perceber por metade, mas há uma sensibilidade que nasce connosco, ou que vamos cons-truindo, aprimorando, um dia, olhamos para os nossos pais e sabemos que estão tristes, reproduzimos os gestos que têm para connosco, se nos abraçam quando choramos, abrimos-lhes os braços perante as suas lágrimas, se nos dão a mão para não termos medo no escuro do quarto, minutos antes de adormecermos, esperamos que os nossos dedinhos, tão mais pequenos, que não conseguem guardar os seus, mais gordos, muito maiores, possam, ainda assim, ser consolo.”
[Lido em formato físico]