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agneix 's review for:
Marrom e Amarelo
by Paulo Scott
{3,5}
acho que quando a gente pensa em "um livro atual", é esse livro que vai vir na cabeça. o paulo scott tá falando desse brasilzão que a gente conhece e foi horrorizado nos últimos seis anos, fala da herança da ditadura militar no nosso país e no nosso imaginário, da relação de poder que vem dela ainda, de racismo e de fenotipo, de tecnologias, de amor, de raiva. enfim. eu acho que é um livro muito mais maduro pra esse tipo de discussão do que outros que saíram na mesma época e falam de temas parecidos (gostei bastante de avesso da pele, por exemplo, mas acho que o tenório acaba sendo um pouco condescendente com o leitor, explicando o que a literatura tá mostrando, e ele escreve bem! o que me deixa particularmente mais puta; de torto arado eu nem vou começar a falar mal porque ia estragar isso aqui). e eu digo que é um livro atual, hoje, mas que é um livro que, infelizmente, vai continuar sendo atual por bastante tempo. ele fala absolutamente da nossa realidade, do nosso cotidiano, dos anos 1970, e acho que não vai ficar datado por falar de mensagem no whatsapp e emoji, por exemplo. acho que em termos de escrita e de temas, vai continuar sendo o retrato de um país racista. é difícil pegar uma narrativa abertamente militante assim, hoje, que usa termos da militância, que dá nomes aos bois, e que consegue manter um estilo sóbrio e envolver quem lê sem achar que precisa dar uma aula de história e de ideologia afetada no meio do caminho. e por isso acho que ele não vai se datar também.
acho que quando a gente pensa em "um livro atual", é esse livro que vai vir na cabeça. o paulo scott tá falando desse brasilzão que a gente conhece e foi horrorizado nos últimos seis anos, fala da herança da ditadura militar no nosso país e no nosso imaginário, da relação de poder que vem dela ainda, de racismo e de fenotipo, de tecnologias, de amor, de raiva. enfim. eu acho que é um livro muito mais maduro pra esse tipo de discussão do que outros que saíram na mesma época e falam de temas parecidos (gostei bastante de avesso da pele, por exemplo, mas acho que o tenório acaba sendo um pouco condescendente com o leitor, explicando o que a literatura tá mostrando, e ele escreve bem! o que me deixa particularmente mais puta; de torto arado eu nem vou começar a falar mal porque ia estragar isso aqui). e eu digo que é um livro atual, hoje, mas que é um livro que, infelizmente, vai continuar sendo atual por bastante tempo. ele fala absolutamente da nossa realidade, do nosso cotidiano, dos anos 1970, e acho que não vai ficar datado por falar de mensagem no whatsapp e emoji, por exemplo. acho que em termos de escrita e de temas, vai continuar sendo o retrato de um país racista. é difícil pegar uma narrativa abertamente militante assim, hoje, que usa termos da militância, que dá nomes aos bois, e que consegue manter um estilo sóbrio e envolver quem lê sem achar que precisa dar uma aula de história e de ideologia afetada no meio do caminho. e por isso acho que ele não vai se datar também.