A review by j_elphaba
O Primeiro Amor by Sophie McKenzie

2.0

Existe quem acredite que O Primeiro Amor pode ser para sempre e, provavelmente, uma em um milhão de pessoas - digo eu -, acredita que quando o vislumbrar pela primeira vez a tão desejada figura saberá, inequivocamente, que esta será aquela por quem sempre esperou. Abençoados! Eu não acredito nem numa coisa nem noutra, aliás, há dias que até só bastante desacreditada em quaisquer lirismos românticos mas isso, claro está, não invalida que eu não goste de saber, ler, que estes pequenos milagres acontecem e quando estas histórias se fazem acompanhar de muitos pormenores comuns então, independentemente intensidade do texto, sei que vou encontrar algo que vale o captar da minha atenção.

Quando River, aluna de um colégio feminino, se dirige com as suas colegas à escola de St. Cletus, frequentada só por alunos do sexo oposto, para uma audição, transporta consigo o intimido e secreto desejo de passar no casting para o papel principal de Romeu e Julieta. Afinal de contas ela acredita no amor e nem mesmo a mais talentosa e bela das suas amigas consegue transmitir essa emoção na perfeição. Mas, quando tudo parecia estar a correr bem, heis que no casting final o aluno escolhido para o papel de Romeu, Flynn, desperta em si os sentimentos que sempre manteve guardados para alguém único e, entre o tremer da sua voz e o palpitar do seu coração, nem tudo corre como ambicionava, excepcionando, possivelmente, o facto de poder ter encontrado o amor da sua vida.

Tudo, ou quase tudo, nesta história gira em torno do romance entre Flynn e River. Desde a peça de teatro a partir da qual os protagonistas se conhecem, a todas as particularidades que nos vão sendo permitidas descobrir, é graças à ligação entre estes jovens, de passados conturbados, que nos vai sendo suscitada a atenção ao longo da narrativa que, não se tratando de algo excepcional, entretém na medida certa para quem procura algo muito leve e juvenil.

No que diz respeito a personagens, a imaturidade e as ilusões de quem tem todo um futuro repleto de sonhos e possibilidades pela frente é clara e, talvez por isso, este livro acabe por ser ideal apenas para o público jovem-adulto.
River é a típica filha de pais separados que por vezes encontra dificuldades em estabelecer uma relação próxima com a sua mãe e o seu irmão mais novo. Atinada e, acima de tudo, apaixonada, esta protagonista tem os seus maiores trunfos na compreensão dos seus dilemas familiares, ainda quem nem sempre os ultrapasse, e na sua imensa convicção em tudo aquilo em que acredita caracterizando-se, particularmente, pela entrega visível aos seus sentimentos.
Flynn, por outro lado, é mais controverso devido à vida dura que o tornou mais cauteloso e arrogante. No meu ponto de vista, uma vez que nem sempre estive de acordo com as suas opções durante a leitura, esta personagem acaba por suscitar curiosidade através seu seio familiar e dos cuidados que tem para com quem estima, resguardando-os e a si mesmo até nos oferecer uma visão bastante realista de condições que, não fazendo parte da vida de muitos leitores, não lhes são totalmente desconhecidas.

Quanto a intervenientes secundários, não achei muita piada ao núcleo de amizades dos protagonistas mas gostei bastante da família de Flynn criada, essencialmente, para despertar a emotividade e a afecção de quem lê. Ainda para mais, se tivermos em atenção os muitos jovens a quem este livro poderá alcançar e que devem, irrevogavelmente, estar acordados para verdades e lugares comuns onde cada dia é uma luta para ultrapassar as dificuldades.

Por tudo o que citei, esta é uma história em que as singularidades têm que ver com emoções e afectividades, sejam ela dirigidas ao sexo oposto ou aos que retêm a nossa estima, existindo, como a própria sinopse elucida, um espaço muito especial para a ficção dramática de William Shakespeare – a cereja no todo do bolo para quem gosta de textos realmente românticos.

Opinião completa: http://historiasdeelphaba.blogspot.pt/2013/03/o-primeiro-amor-sophie-mckenzie-opiniao.html