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paperpagstan 's review for:
The Odyssey
by Homer
“Now something prompted you to ask about my own sad story. I will tell you, though the memory increases my despair. Where shall I start? Where can I end?"
“You are worn down and brokenhearted, always dwelling on pain and wandering. You never feel joy at heart. You have endured too much."
A Odisseia, pra mim, foi uma história principalmente sobre o pertencer e a identidade, principalmente nessa ligação entre eu-espaço, e as pessoas que nós deixamos pra trás em meio a momentos de crise.
E realmente, como Odisseu é um personagem complicado! Sempre mais confortável com o não-ser, o fingimento, a criação de histórias (o melhor epíteto dele com certeza é the lord of lies), e ao mesmo tempo desesperado pra chegar em casa, pro conforto da sua esposa, seu filho, seus pais e, é claro, seu trono.
Não sei dizer se Odisseu realmente chegou na casa que ele esperava. Ele chegou até sua terra, mas esse espaço abstrato e ontológico da casa é tão ligado à memória que Odisseu parece ansioso pra resgatar. Essa se prova uma tarefa impossível. Seu retorno no livro 14 se estende até o livro 24 com incontáveis mortes, violência em toda parte, desconfiança da sua esposa, e uma fragilidade do poder que ele ainda retinha em Ithaca.
A guerra segue ele em seu percurso e se entranha nos corredores do seu palácio. Derramar sangue é agora quem ele é, uma identidade fixa. O luto dos que ele deixou pra trás, também. A casa que existia antes de Troia não está mais lá, e a frustração de todos é palpável.
A tradução de Emily Wilson é maravilhosa, porém admito que queria um pouquinho mais de uma veia poética, trágica, algo em que a Ilíada é muito mais forte (por motivos óbvios). A jornada de Odisseu é muito interessante mas em algum momento vira repetitiva, e eu diria até cansativa. Fui bem mais cativada pela intensidade e rapidez da Ilíada.
4/5
“You are worn down and brokenhearted, always dwelling on pain and wandering. You never feel joy at heart. You have endured too much."
A Odisseia, pra mim, foi uma história principalmente sobre o pertencer e a identidade, principalmente nessa ligação entre eu-espaço, e as pessoas que nós deixamos pra trás em meio a momentos de crise.
E realmente, como Odisseu é um personagem complicado! Sempre mais confortável com o não-ser, o fingimento, a criação de histórias (o melhor epíteto dele com certeza é the lord of lies), e ao mesmo tempo desesperado pra chegar em casa, pro conforto da sua esposa, seu filho, seus pais e, é claro, seu trono.
Não sei dizer se Odisseu realmente chegou na casa que ele esperava. Ele chegou até sua terra, mas esse espaço abstrato e ontológico da casa é tão ligado à memória que Odisseu parece ansioso pra resgatar. Essa se prova uma tarefa impossível. Seu retorno no livro 14 se estende até o livro 24 com incontáveis mortes, violência em toda parte, desconfiança da sua esposa, e uma fragilidade do poder que ele ainda retinha em Ithaca.
A guerra segue ele em seu percurso e se entranha nos corredores do seu palácio. Derramar sangue é agora quem ele é, uma identidade fixa. O luto dos que ele deixou pra trás, também. A casa que existia antes de Troia não está mais lá, e a frustração de todos é palpável.
A tradução de Emily Wilson é maravilhosa, porém admito que queria um pouquinho mais de uma veia poética, trágica, algo em que a Ilíada é muito mais forte (por motivos óbvios). A jornada de Odisseu é muito interessante mas em algum momento vira repetitiva, e eu diria até cansativa. Fui bem mais cativada pela intensidade e rapidez da Ilíada.
4/5