I think Carolina Maria de Jesus is an individual that deserves more recognition; she opens our eyes to poverty and racism in the 1950s-1960s Brazil. This is the only book I've read by Carolina and I don't feel like it would be right to comment on her writing ability based on her personal diary. I found her diary very interesting, but also very redundant. Carolina also doesn't give a lot of context or background so events can be vague or confusing. Anyone looking for insight into poverty or racism should read this book. However, I would highly recommend that you supplement this book with "The Life and Death of Carolina Maria de Jesus" by Robert M. Levine. Levine puts more of Carolina's struggles into perspective by giving a more biographical account of her life including historical background on Brazil. As an individual, I have a lot of respect for her; she had an amazing determination and was an incredibly hard worker. I don't know if I would recommend her diary to everyone, but I would recommend people learn about her.
challenging emotional inspiring reflective fast-paced

Leitura obrigatória. Sinto que esse é um daqueles livros que irei carregar comigo na minha bagagem como leitora. Além de tratar da realidade das favelas brasileiras, a autora tem enorme sensibilidade para descrever as relações humanas. O que impressiona é que apesar de ter sido escrito em meados do século passado, o livro continua extremamente atual. Com certeza "Quarto de Despejo" se configura como um clássico brasileiro.

nem os erros gramaticais (que para alguns conquista um prémio Nobel) nem o seu total apagamento total da história devem desmotivar a leitura de QUARTO DE DESPEJO. Carolina Maria de Jesus era uma mulher negra e pobre, catava papel e outros recicláveis para sobreviver e manter os seus três filhos sozinha, negava o amor por homens e residia na favela do Canindé em São Paulo. apesar da vida sofrida, do trabalho intenso, e da solidão depressiva, Carolina conseguiu escrever o que, a meu ver, é não apenas uma grande obra da literatura brasileira, como um livro a ser exaltado como canónico no mundo atual, isto pela simples razão de dar raiva, que depois cede lugar ao ódio. os sentimentos que surgem ao ler o relato da vida de Carolina, e o conhecimento de que nada mudou desde a sua publicação (1960) até a atualidade, é uma experiência libertadora. muitas vezes pregamos o amor ao próximo, mas raramente percebemos o quão perto de nós a realidade do próximo está. é real e é humano, todo o sofrimento de Carolina, mas toda a sua alegria, mais escassa que seja. QUARTO DE DESPEJO vai além de nos provocar a reflexão sobre o mundo decadente e podre em que vivemos, mas também o nosso papel na construção deste, e exige de nós a ação necessária para que mais Carolinas no mundo possam assumir a escrita e o canto e a dança como ofício.

"...Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil porque eu lia a Historia do Brasil e ficava sabendo que existia guerra. Só lia os nomes masculinos como defensores da patria. Então eu dizia para a minha mãe:
- Porque a senhora não faz eu virar homem?
Ela dizia:
- Se você passar por debaixo do arco-íris você vira homem.
Quando o arco-iris surgia eu ia correndo na sua direção. Mas o arco-íris estava sempre distanciando. Igual os politicos distante do povo. Eu cançava e sentava. Depois começava a chorar. Mas o povo não deve cançar. Não deve chorar. Deve lutar para melhorar o Brasil para os nossos filhos não sofrer o que estamos sofrendo. Eu voltava e dizia para mamãe:
- O arco-iris foge de mim."

A very difficult book to read and rate. 
It is very repetitive after a while so it desensitizes you to the situation,it is difficult to believe this reality existed in Brasil. 

com quantas carolinas eu trombo por dia?

Um relato muito impactante sobre as péssimas condições de vida enfrentadas por uma moradora de favela de São Paulo. A repetição de ações e descrições pode causar um pouco de tédio no início do livro, mas à medida que a narrativa progride, o fator repetição tem seu efeito aumentado e passa a causar a sensação de angústia e revolta, devido ao fato de que a autora está presa em uma rotina desgastante e que todos os dias de sua vida são praticamente idênticos. Por diversos momentos é extremamente triste, justamente por ser tão cru e direto ao ponto.
challenging dark emotional reflective sad tense medium-paced

I have been to Brazil and seen the Favelas, I believe every word she wrote.

Como eu julgo algo assim?

O Quarto de Despejo é uma obra essencial da literatura contemporânea brasileira, um diário real relatando o dia a dia da vida na favela, seus problemas e sua cultura. Como uma obra biográfica, é difícil colocar um vies muito crítico sobre, pois não foi construído pensando em elaborar uma prosa boa ou em ter uma linha narrativa forte. Como um documento histórico é forte e importante. Como um livro é repetitivo e circular. E sim, ser repetitivo e circular é parte do ponto, o que leva a construção de um final extremamente forte, mas ainda assim se demora em passagens quase iguais, dia após dia.

O final é muito bom, e uma ou duas passagens machucam, mas o que vence realmente é a repetição, o peso, a incapacidade de se escapar da realidade da Favela. A falta de movimentos fortes na trama leva à falta de sentimentos explosivos, mas a obra é boa em construir a consciência da horrenda repetição infinita, da onipresença da fome; não toca por um dilúvio poderoso, mas pela garoa constante de tristeza, e a luta para todo dia chafurdar abaixo das nuvens cinzentas.

Sabendo que tudo é real, apenas aumenta o choque da força de vontade necessária para construir essa obra, o contexto é importante, e nos pulos de meses sem entrada no diário é possível perceber o cansaço ganhando, mas sempre há um retorno, por mais que demore, o sonho penetrando no dia a dia, por mais deprimente que seja.

É uma leitura rápida e poderosa, mas que repete muitas vezes o mesmo ponto, e que consegue fechar em uma inesperada e poderosa entrada final, que por si só conquistou ao menos uma estrela e meia aqui, mas é necessário um pouco demais de tempo para chegar lá.