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lordgiovanni's review against another edition
adventurous
dark
emotional
sad
tense
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? It's complicated
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.5
danibabyreads's review against another edition
5.0
Another book I've had on my "to read" list for a while. Really loved reading this, but sad how relevant the story still is today after almost 80 years.
nzagalo's review against another edition
4.0
É um clássico, podemos até sentir o texto datado, o relato bastante simplista e linear, no entanto não podemos deixar de confirmar o modo e a força com que somos transportados para o pós-Grande Depressão (1929) e que sentimos as dificuldades das vidas de milhares de americanos que tudo perderam, sem perceberem como, nem porquê. O livro tem problemas, mas o que tem de bom compensa tudo isso. Por isso continua a recomendar-se.
[imagem]
A edição que li foi da coleção Mil Folhas do Público que utiliza a tradução de Virgínia Motta realizada para a Livros do Brasil
Provavelmente aquilo que de menos gostei foi da tradução, parece-me estar longe do nível de eloquência do original, sofrendo ainda mais pela tentativa, sem sentido, da Livros do Brasil de produzir um português que satisfaça Portugal e Brasil, redundando numa mescla que não é uma coisa nem outra. O livro perde muito, e espero que um dia ganhe uma tradução feita com maior proximidade ao original e ao português de Portugal. O original em inglês não é propriamente fácil de seguir para não-nativos nomeadamente ao nível dos diálogos que aproximam a escrita da fala.
Quanto à estrutura, pode-se dizer que é bastante linear, um arco completo com bastante progressão na ação o que torna a leitura, em partes, bastante acessível e prazerosa. Por outro lado, não gostei de um artifício criado por Steinbeck, que assentou em intercalar os capítulos da história com capítulos mais abstratos e filosóficos sobre o estado das coisas, e a condição humana. Fez-me lembrar os videojogos que precisam de intercalar a interação com pequenos clipes de filme para que se perceba o que a história está a tentar contar. Acaba funcionando como um rótulo de menoridade ao leitor, que supostamente seria incapaz de compreender todo o alcance do que está a ser relatado à família Joad no seio da História americana da depressão económica. Como se Steinbeck tivesse necessidade de reforçar a sua visão política do que descreve, para lhe permitir chegar a questões que quer abordar mas que não encontrou forma por via da história. Não fosse a história tão impressiva, e consideraria o livro, por esta razão, um falhanço.
Já na parte do conteúdo, das ideias que Steinbeck procura defender, existe algum excesso de zelo em defesa do realismo socialista, como tábua de salvação para todos males desencadeados pelo vil metal. Sim, tanto em 1929 como em 2008, as massas da população foram vítimas da falta de escrúpulos de quem lidou com os dinheiros de todos, de quem olhava apenas aos modelos económicos e esquecia que por debaixo desses existiam seres humanos reais. Isso trouxe tudo o que de pior existe no ser-humano — o racismo, a xenofobia, o desprezo pelo outro — a total desconsideração pelos valores humanos. Por outro lado, não podemos pensar como sendo algo fácil, lidar com milhões de deslocados, nem nessa altura, nem hoje, nem nunca. Continuo a defender que devemos receber todas as pessoas que precisam de se deslocar, mas não podemos esquecer que essas vão estar imensamente vulneráveis, e que mesmo um Estado rico podendo ajudar bastante, não pode de forma alguma chegar a todos, e que no meio de tudo isso haverá muito aproveitamento por parte de quem já estava nos lugares antes. Isso faz parte da sobrevivência humana, claramente que devemos vergar esses instintos pela lei, mas será mero paliativo, precisamos de agir sobre o que antecede, ou seja, em formas de evitar essas deslocações massivas. O que era preciso nessa altura, era ter criado as condições para as pessoas permanecerem nos seus terrenos e nas suas casas, lugar em que elas se sentiam bem, pois nenhum outro lugar por mais acolhedor que fosse poderia oferecer as alegrias do lugar em que aquela família tinha crescido e unido o seu sentir.
Sei bem que é fácil em teoria, e que em lugares como a Síria da atualidade isto se tornou uma impossibilidade. Mas por culpa de quem? Nossa. Europeus, americanos, russos, árabes, todos se acharam no direito de intervir num país que era soberano, e todos contribuíram para a sua total destruição. Hoje mandar os sírios de volta não adianta, eles já não têm lugar para onde voltar. Mas os EUA não sofreram pressões do exterior, o governo americano devia ter agido nas expropriações, na destruição de valor por via das quebras em bolsa. Ao permitir que a sociedade seguisse o seu rumo, sem qualquer regulação, criou um problema muito maior com os milhões de pessoas a mover-se massivamente.
Uma outra questão que surge aqui bastante evidente, na assunção de uma realidade idilicamente socialista, é o problema da falta de qualificação da mão-de-obra. Nessa altura já vivíamos num pós-Revolução Industrial, uma revolução que veio exigir das pessoas muito mais, não bastava força bruta, porque essa já pertencia às máquinas. Do mesmo modo hoje já não basta saber ler, escrever e contar. Não digo isto por acaso, mas porque vai existindo um discurso perigoso emanado de certas alas da sociedade que olham para a escola como algo pouco relevante, e que se acentuou recentemente com a internet, porque o conhecimento é de todos e todos lhe podem aceder, esquecendo que o mundo complexo em que vivemos não pode ser servido por meras pesquisas na internet. O progresso que vamos vivendo não exigiu, não exige, nem exigirá menos escola, mas mais, muito mais competências e capacidades finas que só estarão ao alcance de muito estudo e treino diários no tempo.
E no caso relatado na obra de Steinbeck, sabemos que o estado americano teve as suas culpas em não apostar numa rede pública de educação que assegurasse a elevação das capacidades da sua população, mas sabemos bem como certas franjas, nomeadamente no interior dos EUA olham para a escola pública, acusando-a de braço ideológico do governo, optando por escolarizar em casa, e até em alguns casos sequer escolarizar, como tem vindo a público em vários relatos recentes (ver "Educated: A Memoir" (2018) de Tara Westover ou "The Glass Castle" (2005) de Jeannette Walls).
Publicado no VI: https://virtual-illusion.blogspot.com/2018/10/as-vinhas-da-ira-1939.html
[imagem]
A edição que li foi da coleção Mil Folhas do Público que utiliza a tradução de Virgínia Motta realizada para a Livros do Brasil
Provavelmente aquilo que de menos gostei foi da tradução, parece-me estar longe do nível de eloquência do original, sofrendo ainda mais pela tentativa, sem sentido, da Livros do Brasil de produzir um português que satisfaça Portugal e Brasil, redundando numa mescla que não é uma coisa nem outra. O livro perde muito, e espero que um dia ganhe uma tradução feita com maior proximidade ao original e ao português de Portugal. O original em inglês não é propriamente fácil de seguir para não-nativos nomeadamente ao nível dos diálogos que aproximam a escrita da fala.
Quanto à estrutura, pode-se dizer que é bastante linear, um arco completo com bastante progressão na ação o que torna a leitura, em partes, bastante acessível e prazerosa. Por outro lado, não gostei de um artifício criado por Steinbeck, que assentou em intercalar os capítulos da história com capítulos mais abstratos e filosóficos sobre o estado das coisas, e a condição humana. Fez-me lembrar os videojogos que precisam de intercalar a interação com pequenos clipes de filme para que se perceba o que a história está a tentar contar. Acaba funcionando como um rótulo de menoridade ao leitor, que supostamente seria incapaz de compreender todo o alcance do que está a ser relatado à família Joad no seio da História americana da depressão económica. Como se Steinbeck tivesse necessidade de reforçar a sua visão política do que descreve, para lhe permitir chegar a questões que quer abordar mas que não encontrou forma por via da história. Não fosse a história tão impressiva, e consideraria o livro, por esta razão, um falhanço.
Já na parte do conteúdo, das ideias que Steinbeck procura defender, existe algum excesso de zelo em defesa do realismo socialista, como tábua de salvação para todos males desencadeados pelo vil metal. Sim, tanto em 1929 como em 2008, as massas da população foram vítimas da falta de escrúpulos de quem lidou com os dinheiros de todos, de quem olhava apenas aos modelos económicos e esquecia que por debaixo desses existiam seres humanos reais. Isso trouxe tudo o que de pior existe no ser-humano — o racismo, a xenofobia, o desprezo pelo outro — a total desconsideração pelos valores humanos. Por outro lado, não podemos pensar como sendo algo fácil, lidar com milhões de deslocados, nem nessa altura, nem hoje, nem nunca. Continuo a defender que devemos receber todas as pessoas que precisam de se deslocar, mas não podemos esquecer que essas vão estar imensamente vulneráveis, e que mesmo um Estado rico podendo ajudar bastante, não pode de forma alguma chegar a todos, e que no meio de tudo isso haverá muito aproveitamento por parte de quem já estava nos lugares antes. Isso faz parte da sobrevivência humana, claramente que devemos vergar esses instintos pela lei, mas será mero paliativo, precisamos de agir sobre o que antecede, ou seja, em formas de evitar essas deslocações massivas. O que era preciso nessa altura, era ter criado as condições para as pessoas permanecerem nos seus terrenos e nas suas casas, lugar em que elas se sentiam bem, pois nenhum outro lugar por mais acolhedor que fosse poderia oferecer as alegrias do lugar em que aquela família tinha crescido e unido o seu sentir.
Sei bem que é fácil em teoria, e que em lugares como a Síria da atualidade isto se tornou uma impossibilidade. Mas por culpa de quem? Nossa. Europeus, americanos, russos, árabes, todos se acharam no direito de intervir num país que era soberano, e todos contribuíram para a sua total destruição. Hoje mandar os sírios de volta não adianta, eles já não têm lugar para onde voltar. Mas os EUA não sofreram pressões do exterior, o governo americano devia ter agido nas expropriações, na destruição de valor por via das quebras em bolsa. Ao permitir que a sociedade seguisse o seu rumo, sem qualquer regulação, criou um problema muito maior com os milhões de pessoas a mover-se massivamente.
Uma outra questão que surge aqui bastante evidente, na assunção de uma realidade idilicamente socialista, é o problema da falta de qualificação da mão-de-obra. Nessa altura já vivíamos num pós-Revolução Industrial, uma revolução que veio exigir das pessoas muito mais, não bastava força bruta, porque essa já pertencia às máquinas. Do mesmo modo hoje já não basta saber ler, escrever e contar. Não digo isto por acaso, mas porque vai existindo um discurso perigoso emanado de certas alas da sociedade que olham para a escola como algo pouco relevante, e que se acentuou recentemente com a internet, porque o conhecimento é de todos e todos lhe podem aceder, esquecendo que o mundo complexo em que vivemos não pode ser servido por meras pesquisas na internet. O progresso que vamos vivendo não exigiu, não exige, nem exigirá menos escola, mas mais, muito mais competências e capacidades finas que só estarão ao alcance de muito estudo e treino diários no tempo.
E no caso relatado na obra de Steinbeck, sabemos que o estado americano teve as suas culpas em não apostar numa rede pública de educação que assegurasse a elevação das capacidades da sua população, mas sabemos bem como certas franjas, nomeadamente no interior dos EUA olham para a escola pública, acusando-a de braço ideológico do governo, optando por escolarizar em casa, e até em alguns casos sequer escolarizar, como tem vindo a público em vários relatos recentes (ver "Educated: A Memoir" (2018) de Tara Westover ou "The Glass Castle" (2005) de Jeannette Walls).
Publicado no VI: https://virtual-illusion.blogspot.com/2018/10/as-vinhas-da-ira-1939.html
tesshuelskamp's review against another edition
4.0
I now understand why this book is read in many high schools; I also now understand why many high schoolers would hate reading it. Ultimately, I am glad I read this book but about two-thirds of the way through I kept waiting for the book to finish.
Steinbeck's historical fiction tells the story of The Joads, a family of tenant farmers from Oklahoma who are forced to migrate to California in search of work after The Dust Bowl destroyed the family's farmland. Interspersed with the lengthy chapters narrating the family's struggles were short vignettes describing how The Dust Bowl affected other portions of the country. There were a lot of good themes in this book (family structures/working together, religion, and gender) making it great to analyze in an English class (I'm assuming).
Steinbeck's historical fiction tells the story of The Joads, a family of tenant farmers from Oklahoma who are forced to migrate to California in search of work after The Dust Bowl destroyed the family's farmland. Interspersed with the lengthy chapters narrating the family's struggles were short vignettes describing how The Dust Bowl affected other portions of the country. There were a lot of good themes in this book (family structures/working together, religion, and gender) making it great to analyze in an English class (I'm assuming).
cpope9's review against another edition
4.0
Oof. Came for Steinbeck and stayed surprisingly for the anti-capitalist propaganda.
At the end of it all, this was a special book with timeless messages, particularly for Americans. For a country that was and is continuously built on the exploitation of labor, this book just really brings that home. And no, this type of story isn’t unique to the dust bowl depression era. This has been happening and still happens every year this country has existed. Whether black and Asian slaves in the 17th-20th centuries to the working poor and immigrants in the 20th-21st centuries, this story is so deeply American. And with the expansion of globalism over the last few decades, this exploitation of labor has extended everywhere in the world.
So good for Steinbeck for seeing the capitalist machine as the anti-human leviathan that it is. And shame on us for having this novel for nearly a century and doing nothing with it.
Aside from the morals here, the book is beautiful and full of robust and deep characters, each with their own arc and purpose. I found myself so deeply in Tom at the absolute disgust for the injustices he and his family faced and witnessed.
This book made me feel so so so much. So many things I haven’t been able to feel this strongly. I felt so stressed for so much of this at the traps and helpless events the characters had to go through, especially the ones they had no choice but to go through. I felt trapped with these characters. And in communicating the desperation and hopelessness of the poor, Steinbeck made it so real.
I particularly connected with the evolution of the poor protagonists going from self-focused to family-focused to human-focused. That arc then being juxtaposed against the corporate, police, and other authorities ever entrenching a focus self-success at all costs. One felt true, one felt evil.
I just happen to be going through a phase of my life and thinking that very deeply connected with the themes of this novel in a real visceral level. So this was a timely read for me and a life changing framing of certain important principles in my mind.
However, what I can say to knock this book is, that despite its depth and value, I just spent a good couple stretches of this book totally bored. I felt the scope of the story arc was just a little too big to be consistently engaging. So knock a star off my rating for that.
But regardless, this is a critical read for any American.
At the end of it all, this was a special book with timeless messages, particularly for Americans. For a country that was and is continuously built on the exploitation of labor, this book just really brings that home. And no, this type of story isn’t unique to the dust bowl depression era. This has been happening and still happens every year this country has existed. Whether black and Asian slaves in the 17th-20th centuries to the working poor and immigrants in the 20th-21st centuries, this story is so deeply American. And with the expansion of globalism over the last few decades, this exploitation of labor has extended everywhere in the world.
So good for Steinbeck for seeing the capitalist machine as the anti-human leviathan that it is. And shame on us for having this novel for nearly a century and doing nothing with it.
Aside from the morals here, the book is beautiful and full of robust and deep characters, each with their own arc and purpose. I found myself so deeply in Tom at the absolute disgust for the injustices he and his family faced and witnessed.
This book made me feel so so so much. So many things I haven’t been able to feel this strongly. I felt so stressed for so much of this at the traps and helpless events the characters had to go through, especially the ones they had no choice but to go through. I felt trapped with these characters. And in communicating the desperation and hopelessness of the poor, Steinbeck made it so real.
I particularly connected with the evolution of the poor protagonists going from self-focused to family-focused to human-focused. That arc then being juxtaposed against the corporate, police, and other authorities ever entrenching a focus self-success at all costs. One felt true, one felt evil.
I just happen to be going through a phase of my life and thinking that very deeply connected with the themes of this novel in a real visceral level. So this was a timely read for me and a life changing framing of certain important principles in my mind.
However, what I can say to knock this book is, that despite its depth and value, I just spent a good couple stretches of this book totally bored. I felt the scope of the story arc was just a little too big to be consistently engaging. So knock a star off my rating for that.
But regardless, this is a critical read for any American.
kia4's review against another edition
challenging
informative
reflective
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
4.0
biancamtz8's review against another edition
5.0
Audiobook.
I picked this book back up 11 years after it was required reading in high school. In college I mentioned to a professor how much I hated this book and he told me to pick it up when I was older, that I might find myself reconsidering.
He was right.
It’s hard to say I enjoyed this book since the content gave me anxiety, but I found myself talking about it to anyone who would listen.
The crisis the US faced then has so many parallels to our modern society. I think it’s an important read about community, hope, and the perils of both everyday greed and corporate greed. I’d be interested in seeing this be written from the POV of women and specifically POC.
I picked this book back up 11 years after it was required reading in high school. In college I mentioned to a professor how much I hated this book and he told me to pick it up when I was older, that I might find myself reconsidering.
He was right.
It’s hard to say I enjoyed this book since the content gave me anxiety, but I found myself talking about it to anyone who would listen.
The crisis the US faced then has so many parallels to our modern society. I think it’s an important read about community, hope, and the perils of both everyday greed and corporate greed. I’d be interested in seeing this be written from the POV of women and specifically POC.
freysiercrane's review against another edition
dark
emotional
hopeful
inspiring
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? Plot
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
5.0
Lean and devastating
leobownas72's review against another edition
3.0
Took me months to finish it purely because the first third of the book was boring, he set the scene for a good 150 pages. Ended up being very emotional and a interesting look on a period of history probably overlooked in America. The Mum in it is a legend. Uncle John not so much.