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4.17 AVERAGE
4.17 AVERAGE
emotional
inspiring
fast-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
Complicated
challenging
emotional
medium-paced
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
Quando comecei, pareceu-me muito promissor. Aquele livro que se começa e se pensa "Vai ser 5 estrelas". Mas infelizmente não foi o caso. O impacto inicial foi enorme, mas a história não conseguiu manter esse nível ao longo do livro.
Senti falta de algo, nem sei explicar bem o quê... Em certas partes, a narrativa tornou-se um pouco arrastada e dei por mim a perder o entusiasmo com que estava no início.
Apesar disso, a escrita é belíssima e muito sensível, o que me deixou curiosa para ler mais obras da autora no futuro. Só não foi a história certa para mim, pelo menos neste momento.
Senti falta de algo, nem sei explicar bem o quê... Em certas partes, a narrativa tornou-se um pouco arrastada e dei por mim a perder o entusiasmo com que estava no início.
Apesar disso, a escrita é belíssima e muito sensível, o que me deixou curiosa para ler mais obras da autora no futuro. Só não foi a história certa para mim, pelo menos neste momento.
challenging
dark
emotional
reflective
sad
tense
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
Yes
Este livro despertou-me imensa curiosidade assim que vi a capa. Ainda mais curiosidade me despertou quando percebi que a história se passava no Caniço, terra onde a minha prima vive e que já visitei.
Na minha auto-demanda para ler mais autores portugueses, decidi dar-lhe uma oportunidade.
O problema foi ter demorado um ano a terminá-lo.
O livro não é exatamente o género que mais costumo ler e tive alguma dificuldade a adaptar-me. E penso também que, talvez, não estivesse no mood certo. Acabei por o deixar nem a meio e li outros livros no entretanto. Ter começado a trabalhar em 2023 também não tem ajudado à quantidade de livros que leio. No entanto, sempre foi minha intenção regressar. E aqui estou.
Gostei da escrita da autora. Consciente e bonita, de uma forma, no entanto, bastante portuguesa, ou seja, erudita e poética, o que parece ser um dos estilos prediletos da nossa indústria. Às vezes, tenho receio que os livros de autores portugueses sejam apenas respeitados/levados a sério se o tipo de escrita corresponder ao que acima mencionei. Não acho que seja um problema neste livro porque, aliás, parece-me que a autora tem conhecimentos claros sobre escrita.
A história é interessante. Os temas vão do mundano e do quotidiano, à natureza do ser humano, às nossas falhas, ao trauma geracional, ao sexismo, ao amor e ao perdão. Por isso, na verdade, gostei da maioria do livro e da sua proposta/premissa.
No entanto, dei por mim a não gostar de todos os momentos ou de tudo o que li. Senti que algumas partes da história não se conectavam a 100% com outras, ou que não fizeram total sentido com as personagens apresentadas.
Principalmente, penso que não gostei muito de algumas das mensagens transmitidas no fim.
Sei que a história é precisamente sobre como somos todos humanos com falhas e que cometem erros, e que a própria personagem de Oti sofre esses mesmos defeitos, e será uma narradora tendenciosa e parcial, bem como ela própria diz de Ana Clara. Mas deixa sempre um sabor amargo na boca acabar um livro com uma personagem a cair nos mesmos estereótipos relativamente sexistas com os quais não concordo tanto.
Irei passar agora a referir exemplos específicos, com spoilers:
Não me caiu bem, por exemplo, a frase “onde é que se esconderia a excecionalidade destas mulheres, que haviam falhado umas com as outras quando deviam ser protetoras? Nenhuma fora mais além (…)”, e por vários motivos. Primeiro, senti que coloca muito da culpa nas mulheres da família, em vez de nas circunstâncias em que estas foram forçadas a viver e existir, ou na sociedade extremamente religiosa e patriarcal que as condena imediatamente pela nascença. Em segundo, porque continuo a crer que, muitas vezes, as histórias mundanas de pessoas normais são as mais extraordinárias. Já é difícil o suficiente ter simplesmente de existir. Aliás, se assim não fosse, nem este livro existiria. Finalmente, porque, logo de seguida, Oti diz que desculpou o pai pelos erros do passado e pela violência cometida pelo mesmo, aprendendo a gostar dele. Leva a crer que é mais fácil para ela compreender este homem do que as mulheres da sua família que sofreram às mãos de outros.
Por fim, acho extremamente, lamento a expressão, estúpido pela parte dela ter voltado a responder a Fred, para “amar e perdoar”. Lamento, mas, na minha visão, uma traição não é um mero erro que possa ser facilmente ultrapassável, muito menos apenas pelo perdão da pessoa traída. Uma traição não é um problema de saúde mental, ou defeito de personalidade. É uma escolha consciente. E, por isso, não gostei nem um pouco de terminar o livro com esse enredo. Acho irónico ela não ter “ido mais além”, tal como as várias Fontouras.
Talvez seja propositado pela parte da autora. Talvez. Mostrar que, afinal, o ciclo ainda não foi quebrado. No entanto, como parte do tema do livro é o perdão, desconfio que não.
Gostava de ter gostado mais do livro do que gostei. Mas não me arrependo de o ter lido. Não sei se terei em mim ler mais livros pela mesma autora, mas estou sempre disposta a tentar uma nova perspetiva na sua escrita.
Na minha auto-demanda para ler mais autores portugueses, decidi dar-lhe uma oportunidade.
O problema foi ter demorado um ano a terminá-lo.
O livro não é exatamente o género que mais costumo ler e tive alguma dificuldade a adaptar-me. E penso também que, talvez, não estivesse no mood certo. Acabei por o deixar nem a meio e li outros livros no entretanto. Ter começado a trabalhar em 2023 também não tem ajudado à quantidade de livros que leio. No entanto, sempre foi minha intenção regressar. E aqui estou.
Gostei da escrita da autora. Consciente e bonita, de uma forma, no entanto, bastante portuguesa, ou seja, erudita e poética, o que parece ser um dos estilos prediletos da nossa indústria. Às vezes, tenho receio que os livros de autores portugueses sejam apenas respeitados/levados a sério se o tipo de escrita corresponder ao que acima mencionei. Não acho que seja um problema neste livro porque, aliás, parece-me que a autora tem conhecimentos claros sobre escrita.
A história é interessante. Os temas vão do mundano e do quotidiano, à natureza do ser humano, às nossas falhas, ao trauma geracional, ao sexismo, ao amor e ao perdão. Por isso, na verdade, gostei da maioria do livro e da sua proposta/premissa.
No entanto, dei por mim a não gostar de todos os momentos ou de tudo o que li. Senti que algumas partes da história não se conectavam a 100% com outras, ou que não fizeram total sentido com as personagens apresentadas.
Principalmente, penso que não gostei muito de algumas das mensagens transmitidas no fim.
Sei que a história é precisamente sobre como somos todos humanos com falhas e que cometem erros, e que a própria personagem de Oti sofre esses mesmos defeitos, e será uma narradora tendenciosa e parcial, bem como ela própria diz de Ana Clara. Mas deixa sempre um sabor amargo na boca acabar um livro com uma personagem a cair nos mesmos estereótipos relativamente sexistas com os quais não concordo tanto.
Irei passar agora a referir exemplos específicos, com spoilers:
Por fim, acho extremamente, lamento a expressão, estúpido pela parte dela ter voltado a responder a Fred, para “amar e perdoar”. Lamento, mas, na minha visão, uma traição não é um mero erro que possa ser facilmente ultrapassável, muito menos apenas pelo perdão da pessoa traída. Uma traição não é um problema de saúde mental, ou defeito de personalidade. É uma escolha consciente. E, por isso, não gostei nem um pouco de terminar o livro com esse enredo. Acho irónico ela não ter “ido mais além”, tal como as várias Fontouras.
Talvez seja propositado pela parte da autora. Talvez. Mostrar que, afinal, o ciclo ainda não foi quebrado. No entanto, como parte do tema do livro é o perdão, desconfio que não.
Gostava de ter gostado mais do livro do que gostei. Mas não me arrependo de o ter lido. Não sei se terei em mim ler mais livros pela mesma autora, mas estou sempre disposta a tentar uma nova perspetiva na sua escrita.
Content Warnings
Graphic: Ableism, Body shaming, Confinement, Death, Domestic abuse, Emotional abuse, Infidelity, Mental illness, Misogyny, Panic attacks/disorders, Physical abuse, Rape, Sexism, Sexual assault, Sexual violence, Toxic relationship, Violence, Grief, Death of parent, Pregnancy, Gaslighting, Abandonment
Moderate: Alcoholism, Fatphobia, Sexual content, Suicidal thoughts, Suicide, Murder, Toxic friendship, Alcohol
Minor: Cancer, Terminal illness
emotional
hopeful
slow-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
No
História bonita em todos os aspectos. Sem dúvida uma surpresa! Espero por mais livros da mesma autoria
Vertigens - Valentina Silva Ferreira
@valentinawriter
Nos últimos tempos tenho lido livros que me marcam por diversos aspetos, e tenho também sido mais seletivo com aquilo que acho mais provável gostar. E uma coisa que tenho notado, pelo menos das recomendações que me vão aparecendo, é que há muita falta de romances que falem sobre o amor de amigos.
Não sou uma pessoa que gosta de romances “românticos“ por assim dizer, mas adoro completamente romances em que o foco seja a amizade entre duas ou mais personagens.
A Valentina, através da sua escrita extremamente sensorial, deu-me a conhecer uma das melhores histórias de amizade que já li. Não digo “das mais bonitas“ porque não é. É uma amizade onde as qualidades sobressaíram, mas onde os defeitos estiveram sempre presentes, e que acabaram por ditar o desfecho da história. Acho extremamente importante a abordagem de relações reais, porque nunca nada é perfeito, e todas as relações estão cheias de “vertigens“ que podem ser ultrapassadas, ou ditar o fim das mesmas.
O Vertigens é um livro que, apesar de pequeno, não deve ser lido de uma assentada. Aliás, o início foi um bocadinho difícil para mim, porque estava habituado a livros de ritmo rápido, mas quando entrei realmente na história nunca mais quis sair.
Acho que é um livro que é preciso apreciar, digerir e refletir.
Foi a minha estreia com a autora e mal posso esperar por ler mais obras dela, porque a escrita conquistou-me completamente.
@valentinawriter
Nos últimos tempos tenho lido livros que me marcam por diversos aspetos, e tenho também sido mais seletivo com aquilo que acho mais provável gostar. E uma coisa que tenho notado, pelo menos das recomendações que me vão aparecendo, é que há muita falta de romances que falem sobre o amor de amigos.
Não sou uma pessoa que gosta de romances “românticos“ por assim dizer, mas adoro completamente romances em que o foco seja a amizade entre duas ou mais personagens.
A Valentina, através da sua escrita extremamente sensorial, deu-me a conhecer uma das melhores histórias de amizade que já li. Não digo “das mais bonitas“ porque não é. É uma amizade onde as qualidades sobressaíram, mas onde os defeitos estiveram sempre presentes, e que acabaram por ditar o desfecho da história. Acho extremamente importante a abordagem de relações reais, porque nunca nada é perfeito, e todas as relações estão cheias de “vertigens“ que podem ser ultrapassadas, ou ditar o fim das mesmas.
O Vertigens é um livro que, apesar de pequeno, não deve ser lido de uma assentada. Aliás, o início foi um bocadinho difícil para mim, porque estava habituado a livros de ritmo rápido, mas quando entrei realmente na história nunca mais quis sair.
Acho que é um livro que é preciso apreciar, digerir e refletir.
Foi a minha estreia com a autora e mal posso esperar por ler mais obras dela, porque a escrita conquistou-me completamente.
Para mim, este livro é um 3.5* porque me demorou a sentir carinho por ele. Ainda assim, gostei de que o amor platónico e tóxico de Ana Clara e Anita não tenha sido romantizado, e que a relação entre mãe(s) e filha tenha sido descrita tendo em conta a realidade possível e as personalidades das personagens. Gostei da forma como a história se começou a adensar mais perto do fim. No geral, conta a história de 3 mulheres (e de tantas mais, das suas famílias e aldeias madeirenses) através de grandes divagações.
*4.4 estrelas*
Esta é uma história sobre amor, amizade, luto, pressão social e superação. Ensina-nos a lutar pela nossa liberdade e que por vezes, ser egoísta, pode ser algo positivo. É sobre traçarmos o nosso próprio caminho e sobre sofrer para dentro.
A escrita de Valentina Silva Ferreira envolve e enche-nos de várias emoções ao mesmo tempo. Muito bem escrito, com muitos elementos para analisar.
Vale a pena!
Esta é uma história sobre amor, amizade, luto, pressão social e superação. Ensina-nos a lutar pela nossa liberdade e que por vezes, ser egoísta, pode ser algo positivo. É sobre traçarmos o nosso próprio caminho e sobre sofrer para dentro.
A escrita de Valentina Silva Ferreira envolve e enche-nos de várias emoções ao mesmo tempo. Muito bem escrito, com muitos elementos para analisar.
Vale a pena!
emotional
reflective
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
Yes
emotional
inspiring
reflective
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
Gostei muito, bastante, imenso deste livro.
Não só adorei ler sobre a minha ilha, onde nasci e onde deixo sempre metade de mim, mas admirei muito o estilo de escrita, e a poesia que vibrava nas páginas, e a história bastante original. Adoro ler sobre amizades, sobre mulheres complexas e duvidosas, sobre a verdade que nos rodeia e que não fica presente apenas nos relacionamentos românticos!
Bravo!
(uma estrela a menos porque não gosto de ler diálogos muito semelhantes à forma como se fala, com expressões do gênero "caiu-me a ficha". Mas são uns nervos meus, admito).