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Iniciei este livro com grandes expectativas. Haviam-me dito que era fantástico, de leitura fácil e que prendia muito facilmente quem o lesse. Não acho que tenha nenhuma destas três qualidades.
As duas últimas qualidades cairam por água a baixo logo que as primeiras (de muitas, muitas mesmo) palavras em latim entraram em cena. Não acho que seja fazível, e nem aproveitador para o rumo da leitura, ter que traduzir pessoalmente cada frase que aparece. Contudo, irritou-me não perceber o que estava a ser dito, principlamente quando são usadas no contexto da história e que, de facto, acrescentam bastante à narrativa. Portanto, logo de início, deparei-me com esta barreira linguística, que me fez, sou honesto, quase desistir do livro. Não desisti e não pude fazer mais que ignorar o latim que ia aparecendo a cada capítulo. Compreendo, visto que a história é narrada numa abadia no século XIV, o uso do latim. Mas as edições podiam muito bem ter notas com a tradução.
Estas duas qualidades aparecem brevemente nos capítulos onde a constante é a descoberta do mistério por resolver. Aí narração é simples, as descobertas são interessantes e o desenrolar acontece a um bom ritmo.
Contudo, Eco achou por bem, e está no seu direito, premiar-nos com muito mais. Como visões bastante descritivas (já li umas quantas e não sou fã) onde, e passo a citar "Sentado, como vistos à transparência sob as águas do mar de cristal, enchendo quase todo o espaço da visão, compostos segundo a estrutura triangular do tímpano, elevando-se de uma base de sete mais sete, depois a três mais três e depois a dois mais dois, ao lado do trono, estavam vinte e quatro velhos, em vinte e quatro pequenos tronos, revestidos de vestes brancas e coroados de ouro." Percebem a ideia.
O livro pode dividir-se em duas partes: a parte que cabe ao mistério, o segundo livro da Poética de Aristóteles sobre a teoria do riso, que se considera perdido. E a segunda parte, que se insere na questão da pobreza de Cristo, e na pobreza, ou nao, da igreja. Este segundo tema é bastante explorado ao longo do livro com várias páginas sobre teologia da época medieval. O que obviamente não torna o livro fácil.
Fui para este livro com a ideia que seria algo mais focado no mistério, e não o é. Provavelmente, não o devia ter lido de momento, estando a ler a bíblia, não procurava mais história teológica, mas assim foi.
São descritas diversas ordens religiosas que foram aparecendo e desaparencedo ao longo dos séculos, por métodos não muito cristãos (mas muito cristãos :) ). Há uma discussão no livro, entre os apoiantes do império e os apoiantes do papa bastante hilariante, onde numa questão de segundos, essa áurea cristã desaparece, dando lugar à vitalidade mundana tão inerente aos humanos (não só à plebe).
O que mais me interessou foi a resolução do mistério e o seu significado. O riso é considerado vil e é a maior arma contra quem prega a religião, porque desvaloriza o medo, torna-o rídiculo. E sem o medo, como poderá gorvernar a igreja. "Se o riso é o deleite da plebe, que a licença da plebe seja refreada e humilhada, e atemorizada com a severidade. E a plebe não tem armas para afinar o seu riso até o fazer tornar instrumento contra a seriedade dos pastores que devem conduzi-la à vida eterna e subtraí-la às seduções do ventre, das pudenda, da comida, dos seus sórdidos desejos. Mas se alguém, um dia, agitando as palavras dos Filósofo, e portanto falando como filósofo, levasse a arte do riso à condição de arma subtil, se à retórica da convicção se substituísse a retórica da irrisão, se à tópica da paciente e salvífica construção das imagens de redenção se subtituísse a tópica da impaciente demolição e do desvirtuamento de todas as imagens mais santas e veneráveis ..."
Este tópico do medo incutido na população cristã, onde o temor a Deus e a consciência que continuamente lateja estão tão presentes, remota-me muito para a sociedade portuguesa tão presente nos livros de Eça.
As duas últimas qualidades cairam por água a baixo logo que as primeiras (de muitas, muitas mesmo) palavras em latim entraram em cena. Não acho que seja fazível, e nem aproveitador para o rumo da leitura, ter que traduzir pessoalmente cada frase que aparece. Contudo, irritou-me não perceber o que estava a ser dito, principlamente quando são usadas no contexto da história e que, de facto, acrescentam bastante à narrativa. Portanto, logo de início, deparei-me com esta barreira linguística, que me fez, sou honesto, quase desistir do livro. Não desisti e não pude fazer mais que ignorar o latim que ia aparecendo a cada capítulo. Compreendo, visto que a história é narrada numa abadia no século XIV, o uso do latim. Mas as edições podiam muito bem ter notas com a tradução.
Estas duas qualidades aparecem brevemente nos capítulos onde a constante é a descoberta do mistério por resolver. Aí narração é simples, as descobertas são interessantes e o desenrolar acontece a um bom ritmo.
Contudo, Eco achou por bem, e está no seu direito, premiar-nos com muito mais. Como visões bastante descritivas (já li umas quantas e não sou fã) onde, e passo a citar "Sentado, como vistos à transparência sob as águas do mar de cristal, enchendo quase todo o espaço da visão, compostos segundo a estrutura triangular do tímpano, elevando-se de uma base de sete mais sete, depois a três mais três e depois a dois mais dois, ao lado do trono, estavam vinte e quatro velhos, em vinte e quatro pequenos tronos, revestidos de vestes brancas e coroados de ouro." Percebem a ideia.
O livro pode dividir-se em duas partes: a parte que cabe ao mistério, o segundo livro da Poética de Aristóteles sobre a teoria do riso, que se considera perdido. E a segunda parte, que se insere na questão da pobreza de Cristo, e na pobreza, ou nao, da igreja. Este segundo tema é bastante explorado ao longo do livro com várias páginas sobre teologia da época medieval. O que obviamente não torna o livro fácil.
Fui para este livro com a ideia que seria algo mais focado no mistério, e não o é. Provavelmente, não o devia ter lido de momento, estando a ler a bíblia, não procurava mais história teológica, mas assim foi.
São descritas diversas ordens religiosas que foram aparecendo e desaparencedo ao longo dos séculos, por métodos não muito cristãos (mas muito cristãos :) ). Há uma discussão no livro, entre os apoiantes do império e os apoiantes do papa bastante hilariante, onde numa questão de segundos, essa áurea cristã desaparece, dando lugar à vitalidade mundana tão inerente aos humanos (não só à plebe).
O que mais me interessou foi a resolução do mistério e o seu significado. O riso é considerado vil e é a maior arma contra quem prega a religião, porque desvaloriza o medo, torna-o rídiculo. E sem o medo, como poderá gorvernar a igreja. "Se o riso é o deleite da plebe, que a licença da plebe seja refreada e humilhada, e atemorizada com a severidade. E a plebe não tem armas para afinar o seu riso até o fazer tornar instrumento contra a seriedade dos pastores que devem conduzi-la à vida eterna e subtraí-la às seduções do ventre, das pudenda, da comida, dos seus sórdidos desejos. Mas se alguém, um dia, agitando as palavras dos Filósofo, e portanto falando como filósofo, levasse a arte do riso à condição de arma subtil, se à retórica da convicção se substituísse a retórica da irrisão, se à tópica da paciente e salvífica construção das imagens de redenção se subtituísse a tópica da impaciente demolição e do desvirtuamento de todas as imagens mais santas e veneráveis ..."
Este tópico do medo incutido na população cristã, onde o temor a Deus e a consciência que continuamente lateja estão tão presentes, remota-me muito para a sociedade portuguesa tão presente nos livros de Eça.
adventurous
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
N/A
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
No
challenging
dark
funny
mysterious
reflective
sad
tense
slow-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
No
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
challenging
funny
mysterious
reflective
tense
medium-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Complicated
challenging
challenging
informative
inspiring
mysterious
reflective
tense
slow-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
No
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
challenging
dark
emotional
informative
mysterious
tense
slow-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
Complicated
I got lost in the sauce of the arguments between the monks that were not plot relevant.
adventurous
dark
emotional
mysterious
medium-paced
was a chore reading through the latim part, as it was a lot. but the book was interesting enough and the latim ended up adding their own charm. some parts were chocking for the mind of a naive 15 years old girl so if you are naive do expect some chocking stuff when you read some parts.