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katya_m's review against another edition
"(...)todo o verdadeiro estudo religioso devia conduzir ao desconhecimento das diferenças, das ilusórias diferenças, entre rapazes e raparigas, animais e pedras, dia e noite, calor e frio."
66
Distancio-me de literatura com motivos/reflexões religiosas (e este Franny e Zooey deu-me tanto déjà vu e reminescências do Siddharta que me espanto a mim mesma por fazer uma leitura integral em meio dia apenas), mas volta e meia também tenho as minhas crises espirituais e tento olhar para ela - a literatura com motivos religiosos - com olhos de ver filosoficamente.
Salinger é um estranho para mim; não li o famosíssimo À Espera No Centeio, menos por falta de interesse do que por não lhe ter conseguido ainda deitar a mão (o mundo editorial português há muito que já só vê cifrões e perdeu a missão de trazer LITERATURA ao público); e resolvi começar por onde conseguia chegar. Um conto e uma novela depois, não sei como nem onde arquivar este livro nas estantes mentais.
Li-o de um fôlego tentando não perder a linha de raciocínio, tentando não esquecer a dicotomia espiritual/racional que sustenta a narrativa, e dou-me por muito feliz em persistir na tarefa de manter uma mentalidade aberta e ouvir dois discursos tão diferentes (ou não) do meu.
"(...)não há diferença nenhuma que eu veja entre o homem ávido de tesouros materiais, ou mesmo intelectuais, e o homem ávido de tesouros espirituais. Como tu mesma disseste, um tesouro é um tesouro, raios me partam, e parece-me que noventa por cento dos santos da história que odiavam o mundo eram, na sua essência, tão ambiciosos e desinteressantes como todos nós."
131
Como já disse, pouco ou nada conheço de Salinger. A sua fama de recluso não me fascina por aí além - temos em Portugal um caso muito semelhante, certamente até mais do que um, tanto ou mais talentoso, e nada lembrado -, mas, se há coisa que me ficou deste livro foi a honestidade com que o autor plasma cada ideia no papel (não necessariamente as suas ideias, mas ideias de pleno direito como as de todos nós).
Por isso, ao longo da leitura parei várias vezes para sorrir às palavras encantadoreas que me foram sendo oferecidas:
"(...)há coisas belas neste mundo... Realmente belas. Somos uns tontos quando nos deixamos afastar do que é fundamental. Sempre, sempre, sempre a referir todas as coisas que acontecem com os nossos pequenos e asquerosos egos."
134
Outras vezes parei a refletir o conhecimento que tenho de e a postura que assumo face a discursos doutrinais:
"Que se passa contigo, companheira? Onde tens as miolos? Já que tiveste uma educação anormal, pelo menos serve-te dela. Podes rezar a Oração de Jesus daqui até ao dia do juízo final, mas se não perceberes que a única coisa que conta na vida religiosa é o distanciamento, não vejo como possas avançar um passo que seja. Distanciamento, companheira, e só distanciamento."
172
Outras ainda senti-me em perfeita comunhão com a noção de que, com religião ou sem ela, com mais ou menos espiritualidade que se a encare, a vida é efémera (não resisto à frase feita) e não mais do que uma passagem shakespeariana por um palco belo e cruel onde somos apenas atores.
"Neste maldito e fenomenal mundo, é uma sorte quando nos dão tempo para espirrar."
172
Agora, das duas uma: ou chego ao fim do dia já esquecida do que li, ou vou levar algum tempo a processar este.
(Pequeno aparte: muito fumam as criaturas de Salinger!)
66
Distancio-me de literatura com motivos/reflexões religiosas (e este Franny e Zooey deu-me tanto déjà vu e reminescências do Siddharta que me espanto a mim mesma por fazer uma leitura integral em meio dia apenas), mas volta e meia também tenho as minhas crises espirituais e tento olhar para ela - a literatura com motivos religiosos - com olhos de ver filosoficamente.
Salinger é um estranho para mim; não li o famosíssimo À Espera No Centeio, menos por falta de interesse do que por não lhe ter conseguido ainda deitar a mão (o mundo editorial português há muito que já só vê cifrões e perdeu a missão de trazer LITERATURA ao público); e resolvi começar por onde conseguia chegar. Um conto e uma novela depois, não sei como nem onde arquivar este livro nas estantes mentais.
Li-o de um fôlego tentando não perder a linha de raciocínio, tentando não esquecer a dicotomia espiritual/racional que sustenta a narrativa, e dou-me por muito feliz em persistir na tarefa de manter uma mentalidade aberta e ouvir dois discursos tão diferentes (ou não) do meu.
"(...)não há diferença nenhuma que eu veja entre o homem ávido de tesouros materiais, ou mesmo intelectuais, e o homem ávido de tesouros espirituais. Como tu mesma disseste, um tesouro é um tesouro, raios me partam, e parece-me que noventa por cento dos santos da história que odiavam o mundo eram, na sua essência, tão ambiciosos e desinteressantes como todos nós."
131
Como já disse, pouco ou nada conheço de Salinger. A sua fama de recluso não me fascina por aí além - temos em Portugal um caso muito semelhante, certamente até mais do que um, tanto ou mais talentoso, e nada lembrado -, mas, se há coisa que me ficou deste livro foi a honestidade com que o autor plasma cada ideia no papel (não necessariamente as suas ideias, mas ideias de pleno direito como as de todos nós).
Por isso, ao longo da leitura parei várias vezes para sorrir às palavras encantadoreas que me foram sendo oferecidas:
"(...)há coisas belas neste mundo... Realmente belas. Somos uns tontos quando nos deixamos afastar do que é fundamental. Sempre, sempre, sempre a referir todas as coisas que acontecem com os nossos pequenos e asquerosos egos."
134
Outras vezes parei a refletir o conhecimento que tenho de e a postura que assumo face a discursos doutrinais:
"Que se passa contigo, companheira? Onde tens as miolos? Já que tiveste uma educação anormal, pelo menos serve-te dela. Podes rezar a Oração de Jesus daqui até ao dia do juízo final, mas se não perceberes que a única coisa que conta na vida religiosa é o distanciamento, não vejo como possas avançar um passo que seja. Distanciamento, companheira, e só distanciamento."
172
Outras ainda senti-me em perfeita comunhão com a noção de que, com religião ou sem ela, com mais ou menos espiritualidade que se a encare, a vida é efémera (não resisto à frase feita) e não mais do que uma passagem shakespeariana por um palco belo e cruel onde somos apenas atores.
"Neste maldito e fenomenal mundo, é uma sorte quando nos dão tempo para espirrar."
172
Agora, das duas uma: ou chego ao fim do dia já esquecida do que li, ou vou levar algum tempo a processar este.
(Pequeno aparte: muito fumam as criaturas de Salinger!)
retnuh's review against another edition
challenging
informative
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
art3miis's review against another edition
funny
reflective
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.0
jashegerova's review against another edition
5.0
this was the last of JD’s works that I had not read, and now that I have, I guess I’ll just have to go and reread them all again.
I am once again amazed by how good his writing is - it makes me so angry that he wrote so little and that I will probably never be able to produce anything half as funny as the bathroom conversation between Bessie and Zooey.
Also, I love the Glass family. So so so much. Dammit.
I am once again amazed by how good his writing is - it makes me so angry that he wrote so little and that I will probably never be able to produce anything half as funny as the bathroom conversation between Bessie and Zooey.
Also, I love the Glass family. So so so much. Dammit.
minkarline's review against another edition
inspiring
reflective
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Loveable characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
Salinger's writing style is very pleasant and this book was a delight to read!
annareadsbookssometimes's review against another edition
4.0
i had to take some time to process this book after completing it. initially, i didn’t know how i felt.
now, i can go ahead and say: i love this book.
franny captured my heart, and i thoroughly enjoyed reading the first half of the book because of her. definitely a solid read. unfortunately, i did not enjoy zooey’s part as much as i wanted to. while it was interesting to learn more about the background of the glass family, as well as gain further insight as to what happened to franny, i was simply not as engrossed as i had been with the first part.
overall, a fantastic read!
now, i can go ahead and say: i love this book.
franny captured my heart, and i thoroughly enjoyed reading the first half of the book because of her. definitely a solid read. unfortunately, i did not enjoy zooey’s part as much as i wanted to. while it was interesting to learn more about the background of the glass family, as well as gain further insight as to what happened to franny, i was simply not as engrossed as i had been with the first part.
overall, a fantastic read!
smsadeee's review against another edition
4.0
This was my very first JD Salinger book and it definitely won't be my last. When i read novels like this they may not seem mind blowing at first but then i realize they were published in a different time and it's amazing to compare the literature to the present day and see how we can still relate to characters written 65 years ago as we experience the same emotions throughout history so when they say history repeats itself it really does.
I mostly loved the writing style. it struck a perfect balance between modern and classic. the topics discussed in the novel were absolutely phenomenal and as someone in their early twenties i could personally relate to the college related themes and the search for identity and meaning in life
Overall it was easy and fun, I loved it.
I mostly loved the writing style. it struck a perfect balance between modern and classic. the topics discussed in the novel were absolutely phenomenal and as someone in their early twenties i could personally relate to the college related themes and the search for identity and meaning in life
Overall it was easy and fun, I loved it.
katiescogins's review against another edition
challenging
emotional
funny
hopeful
reflective
sad
slow-paced
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.75
internet_princess's review against another edition
emotional
hopeful
informative
inspiring
reflective
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
blackjessamine's review against another edition
3.0
J.D. Salinger ha la capacità di farti sentire minuscolo senza mai soverchiarti.
È immenso, e mi sembra di non aver colto così tante cose, in questo breve romanzo, che quasi mi sento male.
Eppure, sono certa di aver fatto un viaggio bellissimo.
Se sei un poeta, fai qualcosa di bello. Cioè, la gente si aspetta che tu lasci qualcosa di bello quando finisci la pagina e così via. La gente di cui parli tu non lascia niente, non una cosa sola che sia bella. Quelli che magari sono solo un tantino migliori non fanno altro che entrarti in testa e lasciartici dentro qualcosa. Ma solo perché lo fanno, solo perché sanno lasciare qualcosa, non è detto che essa debba essere una poesia, per l'amor del cielo. Può darsi che sia soltanto una specie di gocciolio sintattico terribilmente affascinante.
Lo so che questo non è neanche lontanamente un degno commento a questo romanzo, ma non credo di essere capace di andare oltre.
È dai tempi dei pescibanana che mi sembra di conoscere fin troppo bene la famiglia Glass.
È immenso, e mi sembra di non aver colto così tante cose, in questo breve romanzo, che quasi mi sento male.
Eppure, sono certa di aver fatto un viaggio bellissimo.
Se sei un poeta, fai qualcosa di bello. Cioè, la gente si aspetta che tu lasci qualcosa di bello quando finisci la pagina e così via. La gente di cui parli tu non lascia niente, non una cosa sola che sia bella. Quelli che magari sono solo un tantino migliori non fanno altro che entrarti in testa e lasciartici dentro qualcosa. Ma solo perché lo fanno, solo perché sanno lasciare qualcosa, non è detto che essa debba essere una poesia, per l'amor del cielo. Può darsi che sia soltanto una specie di gocciolio sintattico terribilmente affascinante.
Lo so che questo non è neanche lontanamente un degno commento a questo romanzo, ma non credo di essere capace di andare oltre.
È dai tempi dei pescibanana che mi sembra di conoscere fin troppo bene la famiglia Glass.