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Meus Desacontecimentos: A História da Minha Vida Com as Palavras by Eliane Brum
5.0
[COMENTÁRIO]
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Meus Desantecimentos
Eliane Brum
https://www.instagram.com/p/DFSpAusMST9/?img_index=1
Na sessão de 15 de janeiro do Clube da Livraria Buckholz a Tânia Ganho referenciou e relembrou uma ideia especial do livro de Eliane Brum que salienta que “os livros não são objetos e mercadorias são portais”. Reforço: “os livros não são objetos e mercadorias são portais”, São esses portais para a deslumbramento que pode ser a vida e a descoberta da humanidade por cada um de nós.
Neste pequeno volume, da maravilhosa coleção de “não fricção literária” da Companhia das Letras, a jornalista e ativista brasileira cruza as memórias familiares com as lembranças da descoberta da leitura e da escrita.
Existem inúmeros pedaços que vale a pena recordar mas só para vos provocar deixo aqui esta frase: “Ás vezes me perguntam o que aconteceria comigo se não existisse a palavra escrita. Eu respondo: teria me assassinado, consciente ou não de que estava me matando. É uma resposta dramática, e eu sou dramática. O que tento dizer é que, se não pudesse rasgar o papel com a caneta, ainda que numa tela digital, eu possivelmente rasgaria o meu corpo. E, em alguns momentos, o rasgaria demais.”
"Meus Desacontecimentos" de Eliana Brun é uma obra introspectiva e poética que explora as suas experiências da vida de uma forma profunda e sensível. Nesse livro, a autora aborda temas como a solidão e a busca por sentido, utilizando uma linguagem rica e evocativa que convida o leitor a refletir sobre suas próprias vivências e percepções.
A narrativa é construída a partir de uma série de fragmentos que capturam momentos de vida – as referências à avó são lindas - revelando as contradições e complexidades das emoções humanas. A escolha de Brum em fazer uso de uma prosa fragmentada espelha a desconstrução de narrativas tradicionais, permitindo ao leitor uma imersão na multiplicidade das experiências que a autora compartilha.
Outro elemento fundamental deste livro é uma sensação contínua de autenticidade nas histórias que a autora narra, potenciando a conexão entre o pessoal ao universal. Ao discutir os desenganos e as esperanças que cruzam a sua vida, a autora convida os leitores a confrontarem suas próprias histórias, promovendo um diálogo íntimo entre o texto e a experiência individual. "Meus Desacontecimentos" é, portanto, uma obra que não apenas retrata a trajetória da autora, mas também serve como um reflexo das lutas e desejos que definem a condição humana.
(li de 13/01/2025 a 14/01/2025)
#livro #leitura #literatura #literaturabrasileira #memória #ensaio
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Meus Desantecimentos
Eliane Brum
https://www.instagram.com/p/DFSpAusMST9/?img_index=1
Na sessão de 15 de janeiro do Clube da Livraria Buckholz a Tânia Ganho referenciou e relembrou uma ideia especial do livro de Eliane Brum que salienta que “os livros não são objetos e mercadorias são portais”. Reforço: “os livros não são objetos e mercadorias são portais”, São esses portais para a deslumbramento que pode ser a vida e a descoberta da humanidade por cada um de nós.
Neste pequeno volume, da maravilhosa coleção de “não fricção literária” da Companhia das Letras, a jornalista e ativista brasileira cruza as memórias familiares com as lembranças da descoberta da leitura e da escrita.
Existem inúmeros pedaços que vale a pena recordar mas só para vos provocar deixo aqui esta frase: “Ás vezes me perguntam o que aconteceria comigo se não existisse a palavra escrita. Eu respondo: teria me assassinado, consciente ou não de que estava me matando. É uma resposta dramática, e eu sou dramática. O que tento dizer é que, se não pudesse rasgar o papel com a caneta, ainda que numa tela digital, eu possivelmente rasgaria o meu corpo. E, em alguns momentos, o rasgaria demais.”
"Meus Desacontecimentos" de Eliana Brun é uma obra introspectiva e poética que explora as suas experiências da vida de uma forma profunda e sensível. Nesse livro, a autora aborda temas como a solidão e a busca por sentido, utilizando uma linguagem rica e evocativa que convida o leitor a refletir sobre suas próprias vivências e percepções.
A narrativa é construída a partir de uma série de fragmentos que capturam momentos de vida – as referências à avó são lindas - revelando as contradições e complexidades das emoções humanas. A escolha de Brum em fazer uso de uma prosa fragmentada espelha a desconstrução de narrativas tradicionais, permitindo ao leitor uma imersão na multiplicidade das experiências que a autora compartilha.
Outro elemento fundamental deste livro é uma sensação contínua de autenticidade nas histórias que a autora narra, potenciando a conexão entre o pessoal ao universal. Ao discutir os desenganos e as esperanças que cruzam a sua vida, a autora convida os leitores a confrontarem suas próprias histórias, promovendo um diálogo íntimo entre o texto e a experiência individual. "Meus Desacontecimentos" é, portanto, uma obra que não apenas retrata a trajetória da autora, mas também serve como um reflexo das lutas e desejos que definem a condição humana.
(li de 13/01/2025 a 14/01/2025)
#livro #leitura #literatura #literaturabrasileira #memória #ensaio
Visión de la memoria by Roberto Mascaró, Tomas Tranströmer
emotional
inspiring
lighthearted
reflective
fast-paced
3.25
Noite by Elie Wiesel
[COMENTÁRIO]
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️🥲
"Noite"
Elie Wiesel
tradução de Paula Almeida
https://www.instagram.com/p/DEc41TxsIAd/?utm_source=ig_web_copy_link
"Noite" de Elie Wiesel é uma obra profundamente intensa que narra a experiência do autor como um jovem prisioneiro de Auschwitz durante o Holocausto. Este livro não só relata os horrores da vida nos campos de concentração, mas também provoca uma reflexão crítica sobre a natureza humana e a luta pela sobrevivência.
Ao longo das suas páginas a dureza do livro é palpável e se reflete na brutalidade das experiências que Wiesel e seu pai enfrentam. A narração é directa, despojada e crua, capturando a violência e a desumanização que os prisioneiros sofreram. Wiesel não se esquiva de descrever cenas de morte, fome e desespero, que são um lembrete sombrio das consequências do ódio e da intolerância. Efectivamente a dureza da narrativa serve como um testemunho da realidade do Holocausto, que precisa ser lembrada para que nunca se repita. Por isso será um livro a ler e a aconselhar a leitura
Mas por outro lado, mesmo em meio a toda essa dureza, "Noite" apresenta momentos de profundo humanismo. A relação entre Wiesel e seu pai é central na narrativa e simboliza a resistência do espírito humano. O amor e o apoio mútuo que eles tentam manter, apesar das circunstâncias adversas, mostram que, mesmo em tempos de desespero, a ligação humana e familiar é vital. Essas interações ressaltam a importância da dignidade e da solidariedade, mesmo diante da morte o que se plasma nas páginas que acompanham a morte do pai.
Neste sentido através de sua narrativa, Wiesel obriga-nos a encarar os aspectos mais sombrios da natureza humana enquanto nos lembra da capacidade de amor e solidariedade que ainda pode florescer em condições extremas. Assim este livro é um hino poderoso à RESISTÊNCIA e à HUMANIDADE.
(li de 27/12/2024 a 02/01/2025; leitura realizada no âmbito da iniciativa #80anos2GM que dinamizo com a Catarina Durão Machado)
#livro #literatura #leitura #holocausto #testemunho
emotional
inspiring
lighthearted
reflective
sad
tense
5.0
[COMENTÁRIO]
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️🥲
"Noite"
Elie Wiesel
tradução de Paula Almeida
https://www.instagram.com/p/DEc41TxsIAd/?utm_source=ig_web_copy_link
"Noite" de Elie Wiesel é uma obra profundamente intensa que narra a experiência do autor como um jovem prisioneiro de Auschwitz durante o Holocausto. Este livro não só relata os horrores da vida nos campos de concentração, mas também provoca uma reflexão crítica sobre a natureza humana e a luta pela sobrevivência.
Ao longo das suas páginas a dureza do livro é palpável e se reflete na brutalidade das experiências que Wiesel e seu pai enfrentam. A narração é directa, despojada e crua, capturando a violência e a desumanização que os prisioneiros sofreram. Wiesel não se esquiva de descrever cenas de morte, fome e desespero, que são um lembrete sombrio das consequências do ódio e da intolerância. Efectivamente a dureza da narrativa serve como um testemunho da realidade do Holocausto, que precisa ser lembrada para que nunca se repita. Por isso será um livro a ler e a aconselhar a leitura
Mas por outro lado, mesmo em meio a toda essa dureza, "Noite" apresenta momentos de profundo humanismo. A relação entre Wiesel e seu pai é central na narrativa e simboliza a resistência do espírito humano. O amor e o apoio mútuo que eles tentam manter, apesar das circunstâncias adversas, mostram que, mesmo em tempos de desespero, a ligação humana e familiar é vital. Essas interações ressaltam a importância da dignidade e da solidariedade, mesmo diante da morte o que se plasma nas páginas que acompanham a morte do pai.
Neste sentido através de sua narrativa, Wiesel obriga-nos a encarar os aspectos mais sombrios da natureza humana enquanto nos lembra da capacidade de amor e solidariedade que ainda pode florescer em condições extremas. Assim este livro é um hino poderoso à RESISTÊNCIA e à HUMANIDADE.
(li de 27/12/2024 a 02/01/2025; leitura realizada no âmbito da iniciativa #80anos2GM que dinamizo com a Catarina Durão Machado)
#livro #literatura #leitura #holocausto #testemunho
Goethe en Dachau by Núria Molines Galarza, Nico Rost
challenging
emotional
inspiring
lighthearted
reflective
sad
tense
medium-paced
5.0
Os Moedeiros Falsos by André Gide
emotional
inspiring
lighthearted
mysterious
tense
slow-paced
5.0
[COMENTÁRIO]
(estrelas)
“Os moedeiros falsos”
André Gide
Tradução de Isabel St. Aubyn
"Os Moedeiros Falsos", publicado em 1925, é uma das obras mais importantes de André Gide e pode ser analisado pelo modo como aborda temas de identidade, autenticidade e a fluidez do desejo. A narrativa segue um grupo de jovens pretensos escritores interligados entre si, que lidam com questões de moralidade, autenticidade e a busca por um sentido verdadeiro de si e da vida.
Li a par deste, o volume “Diário dos Moedeiros Falsos” (tradução de Mário Laranjeira, li de 18/12/2024 a 02/01/2025) em que autor que explorou o modo como reflete na sua escrita diarísica o caminho de escrita de “Os Moedeiros Falsos” e nos mostra uma visão profunda sobre seus pensamentos e processos criativos.
“Os Moedeiros Falsos" de André Gide pode ser lido como uma obra literária que intensamente desafia normas sociais, promovendo reflexões sobre autenticidade, identidade e desejo. Através de personagens complexos e uma narrativa densa que explora as tensões entre o indivíduo e a sociedade, Gide convida os leitores a reconsiderar seus próprios entendimentos de identidade e a abraçar a fluidez do desejo humano, reconhecendo a multiplicidade de experiências além das categorias tradicionais. Na realidade a relevância da obra continua a ressoar no debate contemporâneo sobre sexualidade e identidade, solidificando Gide como um possível precursor das questões “queer” na literatura.
https://www.instagram.com/reel/DEaYBuaMbFU/?igsh=azRjdTU2emVveHE3
(li de 18/12/2024 a 03/01/2025)
#livro #leitura #literatura #literaturafrancesa #literaturaLGlerBTI #lerLGBTI #queerbook #queerliterature
Moonstone: The Boy Who Never Was by Sjón
emotional
inspiring
lighthearted
reflective
sad
tense
fast-paced
5.0
[COMENTÁRIO]
⭐️⭐️⭐️⭐️🌈❤️
"Moonstone the boy who never was
Sjón
Tradução para o inglês de Victoria Cribb
Um livro perfeito. Simples. Uma história que nos abre caminhos para uma intensa refelxao sobre a memória e o passado.
https://www.instagram.com/reel/DEVXci8MImy/?igsh=MW8wOWpkaml4N3I4ag==
(li de 30/12/2024 a 02/01/2025)
⭐️⭐️⭐️⭐️🌈❤️
"Moonstone the boy who never was
Sjón
Tradução para o inglês de Victoria Cribb
Um livro perfeito. Simples. Uma história que nos abre caminhos para uma intensa refelxao sobre a memória e o passado.
https://www.instagram.com/reel/DEVXci8MImy/?igsh=MW8wOWpkaml4N3I4ag==
(li de 30/12/2024 a 02/01/2025)
Os teclados & Três histórias com anjos by Teolinda Gersão
emotional
inspiring
lighthearted
reflective
slow-paced
3.75
[COMENTÁRIO]
⭐️⭐️⭐️⭐️
"Os teclados & Três histórias com anjos"
Teolinda Gersão
Uma pequena intensamente reflexiva sobre o poder da musica e da arte na construção da humanidade. E tres contos algo fantásticos mas belos sobre multiplas tradições em torno dos seres alados a que chamamos anjos.
Um livro de Teolinda Gersão com a destreza da sua escrita e construção narrativa.
Partilho convosco um pedaço de reflexão sobre escrita e leitura que me parece ser um bom texto para começar o ano:
"Era verdade que o tempo parecia ter sido terrivelmente encurtado (Kant, Platão, Wittgenstein em dezasseis minutos, prometiam nas bancas livros magros como folhetos). Mas os livros aconteciam no tempo. Como a música. Os romances, sobretudo. Eram, como a música, uma forma de medir e organizar o tempo.
Poderia falar-se, pelo menos a prazo, da morte do leitor?
Ela gostaria de pensar que o leitor era como o escritor, de certa maneira a sua outra face, disse a mulher: Aceitava os mesmos riscos, passava as mesmas noites em claro, tropeçava nos mesmos escolhos, sonhava os mesmos sonhos. Para depois reagir sobre eles, eventualmente contra eles. Reinventava o livro, como o intérprete tocando a partitura. Por vezes numa direcção muito diferente. Era verdade que ela gostava - ou gostaria - de pensar nisso, repetiu depois de um silêncio. Mas, num mundo em que os valores eram de troca, tudo ser tornara de certo modo indiferente. O leitor, como o escritor, tornara-se uma personagem rara."
[Li de 24/12/2024 a 01/01/2025]
#livro #literatura #leitura #literaturaportuguesa
⭐️⭐️⭐️⭐️
"Os teclados & Três histórias com anjos"
Teolinda Gersão
Uma pequena intensamente reflexiva sobre o poder da musica e da arte na construção da humanidade. E tres contos algo fantásticos mas belos sobre multiplas tradições em torno dos seres alados a que chamamos anjos.
Um livro de Teolinda Gersão com a destreza da sua escrita e construção narrativa.
Partilho convosco um pedaço de reflexão sobre escrita e leitura que me parece ser um bom texto para começar o ano:
"Era verdade que o tempo parecia ter sido terrivelmente encurtado (Kant, Platão, Wittgenstein em dezasseis minutos, prometiam nas bancas livros magros como folhetos). Mas os livros aconteciam no tempo. Como a música. Os romances, sobretudo. Eram, como a música, uma forma de medir e organizar o tempo.
Poderia falar-se, pelo menos a prazo, da morte do leitor?
Ela gostaria de pensar que o leitor era como o escritor, de certa maneira a sua outra face, disse a mulher: Aceitava os mesmos riscos, passava as mesmas noites em claro, tropeçava nos mesmos escolhos, sonhava os mesmos sonhos. Para depois reagir sobre eles, eventualmente contra eles. Reinventava o livro, como o intérprete tocando a partitura. Por vezes numa direcção muito diferente. Era verdade que ela gostava - ou gostaria - de pensar nisso, repetiu depois de um silêncio. Mas, num mundo em que os valores eram de troca, tudo ser tornara de certo modo indiferente. O leitor, como o escritor, tornara-se uma personagem rara."
[Li de 24/12/2024 a 01/01/2025]
#livro #literatura #leitura #literaturaportuguesa
Contos de Natal: O Natal do Sr. Scrooge e Os Sinos de Ano Novo by Charles Dickens
challenging
dark
inspiring
lighthearted
reflective
medium-paced
4.25
Ler ficções em torno do Natal é algo que raramente faço mas desta vez não me escapei a ler "A Christmas Carol" de Charles Dickens. No volume que li, da colecção Mil Folhas, este conto tem o título de “O Natal de Sr. Scrooge” a que foi acrescentado o contos “Sinos de Ano Novo”.
Mas restringindo-me "A Christmas Carol" obra fundamental na literatura inglesa e continuam a ter um impacto significativo no retrato simbólico que fazemos do Natal, pois esta história reflete o - “dito” - espírito do Natal, e aborda temas universais que ressoam profundamente com os leitores.
Um dos principais temas nos contos de Natal de Dickens é a redenção, como se denota "Um Conto de Natal", onde o protagonista Ebenezer Scrooge passa por uma mudança dramática após ser visitado pelos fantasmas do Natal passado, presente e futuro. Esta estória ilustra, “ingenuamente”, que a transformação pessoal é possível, independente do passado. Essa mensagem de esperança e renovação é central na obra, refletindo a crença – de novo “ingénua” - de Dickens na capacidade de mudança do ser humano.
Por outro lado o autor britânico utiliza as suas histórias de Natal para criticar as injustiças sociais da era vitoriana, expondo as condições precárias enfrentadas pelos pobres e a indiferença da classe alta. Assim o leitor sente-se desafiado a refletir sobre suas próprias responsabilidades sociais e a necessidade de compaixão apelando aono altruísmo e na solidariedade na consciência coletiva, que é especialmente pertinente durante as épocas de festividade.
Por isso da leitura apaixonada que fiz de "Um Conto de Natal", maravilhei-me com a rica tapeçaria de temas que exploram a redenção, a crítica social, a importância das relações humanas e a mágica do sobrenatural. Esta é a história que nos mostra a influência de Dickens na formação da celebração do Natal contemporâneo como algo indiscutível, e a sua habilidade em capturar e recriar o espírito da época de forma a permanecer vivo em algumas tradições contemporâneas.