Take a photo of a barcode or cover
This book was wild! But it could have been 150 pages shorter and achieved the same effect, I think…
A highly entertaining read in multi-layered Murdoch fashion that felt more "meta" to me than her other novels I've read thus far (The Nice & the Good, The Bell, and The Sea, The Sea). Stodgy Brad Pearson is an accountant who fancies himself a true artist, at least compared to his friend Arnold, who is actually successful as a popular writer. Brad also seems to think he knows a lot about marriage and love, but mostly he's in love with his own philosophical thoughts. He'd be infuriating if he weren't amusing. Tangle him in with a dynamic cast of characters, an indecipherable web of passionate connections, and odd to absurdist turns of event and, well, you've got a Murdoch novel, no? This one almost lost me towards the end, but then I sort of marveled at the method she used to tie things up.
Os livros de Iris Murdoch não se podem ler apenas enquanto histórias, a sua faceta filosófica está sempre presente no subtexto requerendo que nos debrucemos sobre as motivações do tema, buscando chegar ao que terá conduzido o pensar no engendrar do mundo ficcional e das ações dos personagens. No caso de “O Príncipe Negro” (1973), temos à superfície uma tragédia, um escritor de 58 anos divorciado que se apaixona pela filha de 20 anos de um casal que é constituído pelos seus dois melhores amigos de sempre, e acaba a desencadear reações trágicas e irreversíveis. Se a intriga mantém o nosso envolvimento até ao final e com boa intensidade emocional, aí chegados parece tudo saber apenas a “mais uma tragédia de amores”. Mas se refletirmos no sentido ético da filosofia de Murdoch (Duringer, 2022), podemos ver mais, podemos ver como todo o texto é um labor de dissecação do comportamento humano, numa tentativa de oferecer à compreensão aquilo que o nosso preconceito tende a impedir-nos de abarcar, sem recorrer a embelezamento nem persuasão. O personagem é apresentado na sua plenitude, com toda a carga negativa, reforçando mesmo a nosso recusa, contudo essa apresentação obriga-nos a repensar, a procurar compreender..
Se aceito que o livro dá conta desse labor, levanto algumas reservas, ainda que perceba que estou a ir contra exatamente o que motiva o trabalho de Murdoch. Mas não posso deixar de apontar um problema subjacente ao cenário imaginado, que ao contrário de “Lolita" (1955) de Nabokov, não pretende apresentar uma crise momentânea, mas algo do tipo “eterno”. Ora, aquilo que Murdoch aprofunda e descama pela boca do escritor ficcional Bradley Pearson não é amor, mas apenas paixão, uma variável emocional que sabemos perfeitamente ser efémera. Acredita-se em tudo o que passa pela cabeça de Pearson, mas não se acredita que “aquilo” possa ser permanente.
Aliás, Murdoch trabalha essa mesma impermanência na personagem, mas ao contrário, quando Pearson, apresentado como escritor de renome por ser difícil e produzir poucos livros, passa de detestar os livros do seu grande amigo, por serem comerciais, para os encomendar a todos e procurar lê-los para estudar toda a obra na sua plenitude. Ou seja, Murdoch apresenta uma transformação operada pela intensidade da paixão, mas depois parece recusar a ideia de que essa transformação possa ser reversível. Percebe-se que do ponto de vista de Murdoch este episódio é mais uma tentativa de trabalhar a necessidade de aprofundar a compreensão do outro, seja em que dimensão for, e em especial libertando-nos do preconceito, neste caso artístico.
Parece-me que a tragédia acaba por perder algum do seu impacto, contudo Murdoch salva tudo novamente, quando no final nos apresenta epílogos escritos pelos outros personagens, que parecendo um recurso de forma menor acaba abrindo uma enorme janela para compreensão do mundo de Pearson, permitindo-nos ver as camadas que este optou por nos esconder e desse modo tornando perfeitamente cristalinos os objetivos de Murdoch com esta ficcionalização.
Publicado no VI:
https://virtual-illusion.blogspot.com/2022/04/subtextos-de-um-principe.html
Se aceito que o livro dá conta desse labor, levanto algumas reservas, ainda que perceba que estou a ir contra exatamente o que motiva o trabalho de Murdoch. Mas não posso deixar de apontar um problema subjacente ao cenário imaginado, que ao contrário de “Lolita" (1955) de Nabokov, não pretende apresentar uma crise momentânea, mas algo do tipo “eterno”. Ora, aquilo que Murdoch aprofunda e descama pela boca do escritor ficcional Bradley Pearson não é amor, mas apenas paixão, uma variável emocional que sabemos perfeitamente ser efémera. Acredita-se em tudo o que passa pela cabeça de Pearson, mas não se acredita que “aquilo” possa ser permanente.
Aliás, Murdoch trabalha essa mesma impermanência na personagem, mas ao contrário, quando Pearson, apresentado como escritor de renome por ser difícil e produzir poucos livros, passa de detestar os livros do seu grande amigo, por serem comerciais, para os encomendar a todos e procurar lê-los para estudar toda a obra na sua plenitude. Ou seja, Murdoch apresenta uma transformação operada pela intensidade da paixão, mas depois parece recusar a ideia de que essa transformação possa ser reversível. Percebe-se que do ponto de vista de Murdoch este episódio é mais uma tentativa de trabalhar a necessidade de aprofundar a compreensão do outro, seja em que dimensão for, e em especial libertando-nos do preconceito, neste caso artístico.
Parece-me que a tragédia acaba por perder algum do seu impacto, contudo Murdoch salva tudo novamente, quando no final nos apresenta epílogos escritos pelos outros personagens, que parecendo um recurso de forma menor acaba abrindo uma enorme janela para compreensão do mundo de Pearson, permitindo-nos ver as camadas que este optou por nos esconder e desse modo tornando perfeitamente cristalinos os objetivos de Murdoch com esta ficcionalização.
Publicado no VI:
https://virtual-illusion.blogspot.com/2022/04/subtextos-de-um-principe.html
I'm always surprised by Iris Murdoch novels - strangely, since this seems to feature many established writing tendencies, all of which could be deeply cliched annoyances in the wrong hands (pathetically repressed middle-aged male artists, unpleasant awakenings, philosophical interludes, falling in love with wildly inappropriate young women, sophisticated ex-wives who still hold a candle for their terrible ex-husbands for no discernable reason, depressed, neurotic older women being treated badly ((poor priscilla!!)) and isolated queer characters as piteously masochistic pseudo-butlers)
but I find this all deeply charming and interesting when Iris does it! I especially liked the relationship between Arnold and Rachel and how their issues were never really in focus but actually drove everything that happened.
but I find this all deeply charming and interesting when Iris does it! I especially liked the relationship between Arnold and Rachel and how their issues were never really in focus but actually drove everything that happened.
Iris Murdoch is a very famous writer. I was advised to read this book as a sample of her style. I couldn't force myself beyond reading half way through. Her style is very easy flowing, giving the impression that she's putting into words a story she's saying, keeping the reader relaxed as to the style. Nonethe less it was too deep into the human sou for my liking. Pretty dark, showed the darker - yet realistic- side of people. the characters were quite stressed, making the reader stressed too, even though not much is going on. yes, this is a school of thought altogether, but it's not a school I would like to enroll in. Not recommended when you're feeling low.
How have I never read any Iris Murdoch before? I loved this. My copy of this book is also completely dog-eared (yes, I dog-ear books) because there were so many passages and sentences that I liked that I wanted to re-read later.
dark
funny
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
Hahahaha wtf. I kept getting lines from "But It's Better If You Do" stuck in my head while reading. Disturbing, funny, weird!!