beabaptistaa's reviews
153 reviews

Almond by Won-pyung Sohn

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dark emotional sad fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.0

a cutie patootie book. foi demasiado YA para mim mas foi bom para desenjoar de leituras mais pesadas. gostei bastante da primeira parte contudo a forma como acaba destrói um bocado a seriedade da história na minha opinião.
The Shards by Bret Easton Ellis

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3.5

primeiro que tudo acho importante dizer que, apesar de ter o livro físico, e de o ter começado a ler, por volta da página 100, passei para o audiobook até ao final. foi o primeiro livro que li do Bret Easton Ellis e infelizmente acho que não devia ter começado por aqui...

ainda estou a processar tudo, mas acho que só lendo outro da sua autoria é que vou decidir se realmente gosto deste estilo. de uma coisa eu tenho a certeza: NÃO ERAM NECESSÁRIAS 600 PÁGINAS!!! não era preciso TANTA horniness !!!! eu sei que é suposto ele ser um rapaz de 17 anos gay e não assumido mas ca-ram-ba ... as personagens femininas super flat, super chatas, super desinteressantes... 

CONTUDO (e ter sido o audiobook narrado por ele fez bastante diferença), eu não desgostei do livro. eu não conseguia parar de pensar nele. eu queria saber mais e mais e mais. estranhamente deu-me vibes do The Secret History (que eu odiei) mas sem a parte de Dark Academia e sim Hollywood/Los Angeles/anos 80, com muito sexo, drogas, rock and roll e filmes. Ambos têm pessoas assassinadas, alunos ricos, privilegiados, desinteressados pelos problemas do mundo, desligados, pouco ou nada supervisionados por adultos, com cultos e muita paranóia à mistura. 

acho que se tivesse continuado apenas a ler o livro, teria entrado numa reading slump mas a voz e performance do Bret, ajudaram nos momentos em que absolutamente nada se passava....  as inúmeras descrições de todas as ruas e ruínhas que percorria, em Los Angeles, a mochila da Gucci mencionada pela 647i3482 vez, os diálogos muito pobres entre o grupo de amigos (que tendo em conta a quantidade de drogas que tomavam e a personalidade desligada de cada um, penso que fez sentido, mas, mesmo assim, não é o melhor para o processo de leitura). entretanto, apreciei as repetições de certas ideias como o "esperar", "estar à espera", o “tangible participant”, a música de fundo que acompanha a história constantemente....

eu basicamente amei as vibes do livro, gostei de alguns detalhes literários, como certas repetições, não gostei dos personagens, o plot deixou-me suficientemente investida e é isso. menos 200 páginas e acho que seria um sólido 5/5.

acho que só recomendaria a alguém que já sabe que gosta do estilo """vazio""" do Bret. eu até gostei do audiobook e fiquei muito curiosa em ler o american psycho a seguir!!!


The Woman in Me by Britney Spears

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dark emotional inspiring reflective sad tense fast-paced

4.0

vou começar por arrancar o primeiro penso e dizer que em termos de escrita, o livro não está nada do outro mundo, contudo, e apesar de saber que teve a colaboração de pelo menos mais 1 escritor, achei bastante genuíno e autentico. a mulher já é cantora, dançarina, performer, atleta, estranho seria que saísse daqui o próximo prémio Nobel. dito isto, acho extremamente importante finalmente sabermos o seu lado da história, sendo o meu conselho ouvirem o audiobook  (quase como se fosse um podcast mais informal) com a introdução da própria Britney e o restante, narrado pela Michelle Williams.

visto ser uma das minhas artistas preferidas ao longo da minha juventude, fui superficialmente acompanhando a maioria dos momentos relatados e, mesmo assim, ter acesso às emoções e pensamentos vividos pela cantora ao longo de cada tragédia, deixou o meu coração ainda mais aos pedacinhos... eu só queria poder dar um abraço a esta mulher a cada palavra que ouvia. fico mesmo chocada que, pelo menos o pai, não tenha sofrido nenhuma consequência devido à conservatorship!!! 

Espero mesmo que um dia Britney consiga encontrar paz em si própria e que volte a descobrir a paixão pessoal pela música e pela dança (mesmo que se retire da sua carreira como artista). 

Não acho de todo que seja necessário ser fã para sentir empatia pela sua história. Recomendo a toda a gente (principalmente o audiobook) !
1Q84 by Haruki Murakami

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adventurous challenging dark emotional funny hopeful informative inspiring lighthearted mysterious reflective relaxing sad tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

5.0

tudo aquilo que eu queria e precisava nestes últimos tempos.

☾• ─────── “If something really existed, you had to accept it as a reality, whether or not it made sense or was logical. (…) Principles and logic didn't give birth to reality. Reality came first, and the principles and logic followed.”  ─────── •☽

tenho uma enorme satisfação em ler vários livros, de vários autores, de estilos diferentes, tanto clássicos, como contemporâneos. riscar mais um da reading-list hoje, outro amanhã, talvez outra para a próxima semana... contudo, não há nada como ler um livro megalómano, escrito por um dos meus autores preferidos, completamente imersa num novo mundo, a acompanhar a vida de personagens que, tal como a minha, também se vai desenrolando ao longo de dias, semanas, meses.

a pessoa que começou a ler esta trilogia em novembro de 2022, não é a mesma pessoa que o acabou de ler em outubro de 2023. mudei de vocação, visitei sítios novos, fiz mais amigos, afastei-me de outros, perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida, chorei muito, ri muito, aprendi umas coisas, desaprendi outras e talvez por empatia (deixem-me acreditar que sim), algo do género aconteceu às personagens deste livro.

uma das minhas características preferidas nas histórias do senhor murakami é o facto de, por muito absurdos que sejam os elementos surrealistas, por muito que o plot escale para algo completamente insano, são as descrições das pequenas coisas mundanas que me fazem acreditar cegamente nas mentiras que este homem tem para nos contar.

não tira o lugar ao "kafka à beira mar", como o meu livro preferido dele (e provavelmente de sempre), mas ocupa um novo lugar especial nos meus favoritos. NÃO RECOMENDO COMO PRIMEIRO LIVRO DO MURAKAMI !!! O HOMEM DISSE "EU TOU HORNY" !!! para quem não está habituado à escrita, penso que o número de páginas pode ser assustador, podendo mesmo desencorajar alguém a continuar a ler, num momento mais confuso (e existem vários). para quem já está habituado às tramas do costume e sabe que gosta, por favor não se assustem com o tamanho do livro porque é tão rewarding, não temos 5 minutos de seca.

quotes preferidas:  ─────── ☽ •

”I still don't know what sort of world this is, she thought. But whatever world we’re in now, I'm sure this is where I will stay. Where we will stay. This world must have its own threats, its own dangers, must be filled with its own type of riddles and contradictions. We may have to travel down many dark paths, leading who knows where. But that's okay. It's not a problem. I'll just have to accept it. I'm not going anywhere. Come what may this is where we'll remain, in this world with one moon. The three of us — Tengo and me, and the little one.”

“Most people are not looking for provable truths. As you said, truth is often accompanied by intense pain, and almost no one is looking for painful truths. What people need is beautiful, comforting stories that make them feel as if their lives have some meaning. Which is where religion comes from."

“Such wounds to the heart will probably never heal. But we cannot simply sit and stare at our wounds forever.”

“It is not that the meaning cannot be explained. But there are certain meanings that are lost forever the moment they are explained in words.”

“If you can't understand it without an explanation, you can't understand it with an explanation.”

“The body is not the only target of rape. Violence does not always take a visible form, and not all wounds gush blood.”

“In this world, there is no absolute good, no absolute evil," the man said. "Good and evil are not fixed, stable entities but are continually trading places. A good may be transformed into an evil in the next second. And vice versa. Such was the way of the world that Dostoevksy depicted in The Brothers Karamazov. The most important thing is to maintain the balance between the constantly moving good and evil. If you lean too much in either direction, it becomes difficult to maintain actual morals. Indeed, balance itself is the good.”

✧˖°˖ boas leituras ! ─────── ☾•
To the Lighthouse by Virginia Woolf

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adventurous challenging dark emotional hopeful inspiring reflective sad tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

a minha review:

se me perguntassem a MEIO deste livro se estava a gostar da leitura e se o iria recomendar no final, a minha resposta mais sincera seria NÃO. contudo, pela primeira vez na minha vida, valeu a pena continuar a ler, até ao fim, uma obra que não estava a chegar a mim. não sei explicar o que aconteceu mas, na última parte — The Lighthouse — finalmente fez-se luz na minha cabeça, de tal forma que, assim que o acabei, tive que o reler de novo, desde o início (um bocado insano eu sei) e nessa segunda leitura daria 1000/5 ⭐️!

este é um livro EXIGENTE não só na forma, como no conteúdo. o que aparenta ser uma simples história de desavenças secantes familiares, com alguns convidados à mistura, é, na verdade, um estudo da condição humana, uma exploração profunda das complexidades da mente e das relações interpessoais. perceber isso, é ESSENCIAL para finalmente apreciarmos esta obra.

no prefácio da minha edição, descobri que woolf escreveu numa carta "I meant nothing by the Lighthouse". e aqui temos outro ponto-chave sobre o livro: o character study que nos é apresentado não se foca em discussões, em brigas, em violência...... mas sim no NADA, no VAZIO, no que não é dito (mas é pensado), no que não é feito (intencionalmente), no "espaço" que propositadamente deixamos (ou não) entre cada um de nós. algo que já vi várias vezes retratado visualmente em filmes, mas nunca tinha visto escrito! num livro! de uma forma NÃO óbvia (numa primeira leitura).

concluindo, eu sei que não é um obra fácil e ler numa altura errada pode realmente deixar qualquer pessoa com medo da virginia woolf, mas é tão worth it!! apesar de ser pequeno, este livro exige uma leitura intencional e focada. se for necessário, pesquisem análises à medida que vão lendo para não se sentirem demasiado perdidos (eu). acho que nenhum "spoiler" que possam encontrar vá estragar a leitura porque, mais uma vez, o importante não é o plot, o que acontece é secundário àquilo que as personagens pensam e sentem. "To the Lighthouse" entra nos meus livros preferidos, mesmo assim não lhe consigo dar o 5/5, uma vez que a minha primeira experiência de leitura não foi a melhor (e tenho a certeza que a maioria sente o mesmo).

PS: (*) várias imagens dos filmes do myiazaki iam-me passando pela cabeça à medida que lia, o vento, as ondas, o mar, a relva... consigo ver uma adaptação perfeita pelo studio Ghibli. (**) i just know que a virginia woolf ia amar o filme frances ha com a greta!!!!!! (***) esta playlist também ajudou bastante a entrar no mood: https://open.spotify.com/playlist/4gb7gCbSj4PiFaOzB0eZ3s?si=bd8d69b796d04bf3

•☽ ─── ✧˖°˖☆˖°˖✧ ─── ☾•

para guiar quem ficou curioso, deixo um bónus, de seguida, com o que penso ser importante saber antes de pegar no livro.

temas:

esta obra retrata a passagem do tempo, os diferentes comportamentos entre o homem e a mulher, as emoções de infância que nos marcam para a vida, as relações entre adultos. a dificuldade comum que cada personagem enfrenta em dar significado e ordem ao caos da vida. nada é apenas uma coisa. tudo está em constante mutação. lidar com a morte, a perda, a mudança. o nada. o vazio. a distância.

personagens:

        — mrs. ramsay / esposa e mãe;
 — mr. ramsay / marido e pai;
 — os 8 filhos:
 —— james ramsay / filho + novo, quer ir ao farol no início do livro
 —— andrew ramsay / filho + velho
 —— jasper ramsay / 
 —— roger ramsay /
 —— prue ramsay / das filhas a + velha
 —— rose  ramsay /
 —— nancy ramsay /
 —— cam ramsay /
 — convidados:
 —— lily briscoe / pintora, solteira
 —— paul rayley / casa com minta doyle
 —— minta doyle / casa com paul rayley
 —— charles tansley / pupilo de mr. ramsay, ateu, fala mal das mulheres
 —— william bankes / velho amigo, perdeu a mulher, fica amigo de lily
 —— augustus carmichael / poeta que usa ópio
 — mrs. mcnab / senhora idosa que cuida da casa durante e depois da 1ª guerra mundial
 — macalister / o pescador que leva a família ao farol
 — macalister’s boy / filho do pescador

plot:

O livro está dividido em três partes: "The Window", "Time Passes" e "The Lighhouse". A história passa-se na ilha de Skye, na Escócia, e foca-se nas vidas da família Ramsay e amigos, ao longo de várias décadas.

Na primeira parte,  "The Window", a família Ramsay, composta pelo Mr. Ramsay, Mrs. Ramsay e os seus oito filhos, está de férias na ilha. A narrativa explora as dinâmicas familiares, os pensamentos e as emoções dos personagens enquanto eles convivem na casa de praia e interagem com os convidados. A Mrs. Ramsay e o filho mais novo, James, desejam que a família faça uma viagem ao farol no dia seguinte, mas o tempo e outros contratempos impedem a realização desse desejo.

Na segunda parte, "Time Passes", várias décadas passam desde os eventos da primeira parte. Algumas personagens morrem. A casa de praia está a cargo da Mrs. McNab. A narrativa concentra-se nas mudanças no mundo exterior e nas reflexões sobre a passagem do tempo.

Na terceira parte, "The Lighthouse", alguns membros remanescentes da família Ramsay e alguns dos seus amigos retornam à ilha. Finalmente, alguns conseguem fazer a longa e esperada viagem ao farol. Essa parte explora as complexidades das relações familiares, o impacto da morte e a procura pelo significado na vida.
All's Well by Mona Awad

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challenging dark emotional funny mysterious reflective sad tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? Yes

5.0

eu PRECISO de uma adaptação da A24 URGENTEMENTE!!!! o potencial para os visuais lindos e mega trippy que esta história tem!!!

até agora o melhor livro do ano, de longe. dei 5/5 ao <i>paradise rot</i>mas sinto que foi uma pontuação muito pessoal e imagino que não agrade ou surpreenda toda a gente. AGORA O ALL’S WELL ? MONA AWAD YOU WERE CRAZY FOR THIS ONE. 

até ao capítulo 10 estava-me a custar um pouco contudo, depois fez todo o sentido (ou não). 

acho que não faltou nada: tivemos drama, horror, surrealismo, tensão, mistério, teatro, academia, muita dor e muito prazer. a cada página que virava ficava com cada vez mais medo do final, mas para mim foi o certo (nem over- ou underwhelming).

só tenho pena de não ter percebido praticamente nenhuma referência a shakespeare, visto que não estou dentro das obras dele, mas segundo o que li os fãs gostaram.

por favor leiam este livro para eu poder falar dele com pessoas sem dar spoilers 😭
Only Dull People Are Brilliant at Breakfast by Oscar Wilde

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dark funny inspiring reflective sad fast-paced

3.0

apesar de amar a escrita do oscar wilde – irónica, exuberante e bastante egocêntrica – este livro desiludiu-me.

nunca o iria recomendar a alguém que não conhece a genialidade deste homem, que continua tão relevante e atual nos dias de hoje, uma vez que NEM TODAS AS QUOTES SÃO DELE COMO INDIVÍDUO, muitas delas SÃO DE PERSONAGENS dos livros que escreveu (por exemplo o Lorde Henry), um detalhe que a meu ver, faz bastante diferença.

wilde é conhecido por ter sido uma pessoa bastante polémica não só no que dizia, como no que fazia, e mesmo não precisando que ninguém o defenda, acho injusto não sabermos a fonte de cada uma das quotes….
Ensaio sobre a Cegueira by José Saramago

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challenging dark emotional mysterious reflective sad tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

o meu primeiro livro do saramago (por auto-recriação, para mim o memorial não conta).

estava à espera que a escrita me incomodasse bastante, contudo a falta de pontuação não me afetou. por outro lado, não amei os 648392 apartes moralistas que estão sempre a interromper o decorrer da ação. reconheço que é uma opinião muito pessoal mas, como até estava a gostar da história e super curiosa com o que iria acontecer a seguir, sinto que quebraram demasiado o pacing. 

overall gostei do livro e penso que será um bom ponto de partida para quem não leu nada de saramago. foi bastante acessível e interessante, para mim, era só reduzir um bocado as divagações.
White Nights by Fyodor Dostoevsky

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sad fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.0

o meu primeiro dostoyevsky e sinceramente… estou um pouco desiludida. 

achei a primeira história — “white nights” — um bocado (não acredito que vou dizer isto de dostoyevsky) infantil??? como assim duas pessoas acabam de se conhecer, apaixonam-se e começam a prometer que se vão amar para sempre, mas afinal para ela é amor de amizade, para ele não, e nenhum dos dois percebe muito bem….. apesar de tudo gostei da escrita, senti algo parecido quando li “a insustentável leveza do ser”: amava ir tomar um café com cada um dos autores e falar sobre a vida, no entanto, i couldn’t care less about the characters e do plot. acho que não apreciar romances e odiar personagens que têm pena delas próprias não ajuda muito. a escrita deu-me as mesmas vibes do “the picture of dorian gray” mas sem a extravagância, ironia e queerness do oscar wilde que eu amei amei amei. 

a segunda história — bobok — tem um conceito engraçado, dos mortos falarem nas campas com os seus vizinhos do lado depois de morrerem, mas foi demasiado curta e não chegou a lado nenhum.

dito isto não quero desistir do dostoyevsky e continuo interessada em ler mais obras dele.