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brunomonteiro's reviews
107 reviews

Quem disser o contrário é porque tem razão by Mário de Carvalho

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5.0

"Lições" eruditas e divertidas sobre a arte de bem escrever para candidatos a escritor e amantes de literatura. Não ensina a escrever bem, nem poderia ser esse o seu objetivo, mas aborda uma série de aspectos fundamentais da criação literária. Muitíssimo recomendável.
Com Borges by Alberto Manguel

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4.0

"Mas isto não são recordações; são recordações de recordações de recordações, e os acontecimentos que as suscitaram já desapareceram, deixando tão-só umas escassas imagens, escassas palavras, e mesmo essas não tenho a certeza de que tenham sido tal e qual as recordo." - pp. 81

Este pequeno livro é um amouse-bouche literário em que Alberto Manguel partilha algumas recordações, conversas e episódios da sua convivência com Jorge Luis Borges, entre 1964 e 1968, enquanto seu leitor. Como qualquer amouse-bouche que se preze, é breve, mas delicioso.
A Mecânica da Ficção by James Wood, Rogério Casanova

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4.0

James Wood sabe da poda. Em A Mecânica da Ficção encontramos um conjunto de ensaios sobre os elementos estruturantes da escrita ficcional (personagens, perspectiva, linguagem, diálogo, etc.) profusamente ilustrados com exemplos de Flaubert, Henry James, Nabokov entre outros grandes romancistas do cânone. Trata-se de um livro técnico que tem a virtude de informar e divertir os leitores — um livro que nos torna melhores leitores.

"Creio que o romance fracassa, não por as personagens não serem suficientemente vivídas ou profundas, mas quando não consegue que o leitor se adapte às suas convenções, quando não consegue engendrar uma ânsia específica pelas suas próprias personagens, pelo seu próprio nível de realidade." — p. 139
Biblioteca Pessoal by Jorge Luis Borges

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4.0

Conjunto eclético de prólogos sobre obras literárias — 64 ao invés dos 100 que pretendia escrever — cujo principal critério é, assumidamente, a sua preferência pessoal. Os textos sobre cada umas das obras é bastante sucinto, nunca excedendo duas a três páginas. O leitor português encontrará neste livro algumas surpresas: obras com menor notoriedade de escritores bem conhecidos e obras de escritores que, infelizmente, não estão (ainda) traduzidos em língua portuguesa.
Departamento de Especulações by Jenny Offill, José Miguel Silva

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3.0

"Nalgumas mulheres parece tão fácil —desfazem-se da ambição como de um casaco caro que já não lhes serve."
— p.75

"Mas a minha agente tem uma teoria. Segundo ela, todos os casamentos são mal-ajambrados, feitos de improviso. Mesmo aqueles que por fora parecem razoáveis, interiormente estão colados com cuspo, presos com arames e fita adesiva."
— p.76

"Se alguém nos pede para recordarmos um dos momentos mais felizes da nossa vida, importa considerar não apenas a pergunta, mas também quem a faz. Se a pergunta é feita por alguém que amamos, é legítimo presumir que essa pessoa tenha a esperança de fazer parte da recordação que invocou. Mas podíamos, se retorcido, esquecer fôssemos maus e tivéssemos um coração
esse exemplo mais óbvio e afetuoso, e em vez disso recordar um momento em que estivemos completamente sós, no campo, sem que ninguém nos pedisse o que quer que fosse, nem sequer amor. Podíamos dizer que esse foi o nosso momento mais feliz. E se o fizéssemos, ao falar deste momento sobremaneira feliz, deixaríamos infeliz a pessoa que mais queremos ver feliz."

— p.78

Comecei este livro cheio de vontade e expectativas. Lera umas palavras encorajadoras sobre o experimentalismo e engenho narrativo de Jenny Offill, mas na verdade o livro nunca me agarrou... ou talvez o tenha lido numa altura em que era difícil qualquer livro agarrar a minha atenção inconstante. Arrastei, penosamente, a leitura durante umas longas semanas num vaivém buliçoso... como aquele que se vive nas relações impossíveis. Por vezes, a culpa não está somente no livro mas também no leitor.