larissadesa's reviews
32 reviews

I'm Glad My Mom Died by Jennette McCurdy

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5.0

Um livro que aborda distúrbios alimentares, abuso psicológico, brigas familiares e pressão na carreira, da melhor forma possível. 

Tudo bem amarrado, mas obviamente assuntos delicados como esses requerem conhecimento do leitor que esse não será um livro leve de se ler, ao contrário do que a contra capa induz, que é uma forma de contar a história da vida de Jennette McCurdy de forma engraçada apesar das desgraças que acontecem na maior parte do tempo, eu acredito que esse não seja um livro pra todo mundo porque tem narrações muito explicitas de casos que podem gerar gatilhos, em diversos momentos eu fiquei assustada lendo. 

Diante disso tudo, a forma como a Jennette McCurdy decide contar sobre os traumas da sua vida e mostrando que a superação dessa desequilíbrio mental e emocional não foram fáceis, desde a mãe dela influenciando transtorno alimentar nela desde a infância levando ela a anorexia, à namorados abusivos e desequilibrados mentalmente, à abuso psicológico da mãe sobre a carreira dela que ela nunca quis mas que estava fazendo pra realizar o sonho da mãe a princípio, à tentativa de suborno por parte da nickelodeon em busca do voto de silencio dela em meio as acusações de assédio, e por fim a bulimia que levou ela ao extremo do seu distúrbio alimentar, no qual ela perdeu um dente (😶) por provocar tantos vômitos indesejados, e então a busca por tratamento desse desequilíbrio por meio de terapia.

Ela deixa claro no livro que não foi fácil, mas que foi essencial ela querer mudar a tempo a trajetória da vida dela que a própria mãe interrompeu desde sua infância, mostrar que por mais que ela foi manipulada pela mãe, e sua mãe sabia disso e não se importava em mostrar o contrário, ela ia se desapegar da imagem boa e caridosa de sua mãe que tem no inicio disso tudo e mudar de vez.

Trechos nos quais no final do livro ela própria diz:

“Minha mãe não merecia seu pedestal. Ela era uma narcisista. Recusava-se a admitir que tinha um problema, apesar do quanto esses problemas foram destrutivos para toda a nossa família. Minha mãe abusou de mim emocional, mental e fisicamente e o impacto disse sobre mim será eterno.
[…]
Quando eu tinha seis anos de idade, ela me empurrou para uma carreira que eu não queria. Sou grata pela estabilidade financeira que a carreira me proporcionou, mas nada além disso. Eu não estava equipada para lidar com a indústria do entretenimento e tudo o que vinha com ela: competitividade, re-jeição, apostas, duras realidades, fama. Eu precisava desse tempo, desses anos, para me desenvolver na minha infância. Para formar minha identidade. Para crescer. Nunca mais terei esses anos de volta.
Ela me ensinou um transtorno alimentar quando eu tinha 11 anos - um transtorno alimentar que roubou minha alegria e qualquer resquício de espírito livre que eu tivesse.”

“Minha mãe deixou bem claro que não tinha interesse em mudar. Se estivesse viva, ainda estaria fazendo seu melhor para me manipular a ser quem ela quisesse que eu fosse. Eu ainda estaria vomitando, restringindo minha alimentação ou comendo compulsivamente, ou ainda alguma combinação dessas três coisas, e ela ainda apoiaria isso. Eu ainda estaria me forçando a atuar, com um desempenho miseravelmente automático em radiantes séries de comédia.”
It Ends with Us by Colleen Hoover

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5.0

Devo dizer que meio a tantas polêmicas envolvendo o nome da autora, eu fiquei meio com pé pra trás de comprar e ler livros dela. Porém ainda bem que eu não me deixei influenciar pelas polêmicas da vida real dela e me arrisquei em comprar um livro dela e testar pra ver se eu me interesso em comprar outros, e aqui estou já pensando em comprar a continuação desse livro. A história é muito bem contada e amarrada, eu juro que devorei esse livro de tão bem contado que é, é um assunto delicado narrado da melhor forma possível e os plots então nem se fala. Sem dúvidas foi um ótimo livro pra eu começar a ler Collen Hoover e não me arrependo de assumir que gostei, em breve lerei “É Assim Que Começa” (ansiosa 🥹🫶🏻).
Normal People by Sally Rooney

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sad medium-paced

5.0

O nome do livro ser “Normal People” e a maior parte do livro ser construída em cima de falta de comunicação me fez eu me apaixonar mais nesse livro pela lealdade com o nome, e também mostrar ainda no meio disso tudo a desigualdade social, como também mostrar um assunto delicado como depressão tão real, a evolução dos personagens ao longo do tempo tão bem construídos. A escrita da Sally Rooney foi linda no livro todo, mas vou ser sincera que tive dificuldade no começo de entender as costuras de histórias entre o passado e o presente que ela faz, mas com o tempo eu fui começando a entender e amando tudo. Por fim, irei botar o trecho final do livro aqui.

“Eu morreria de saudades de você, ele diz. Ficaria doente, sinceramente.
No começo. Mas melhoraria depois.
Sentam-se em silêncio, Marianne passando a escova metodicamente pelo cabelo, sentindo os nós e devagar, com paciên-cia, desembaraçando-os. Não faz mais sentido ser impaciente.
Você sabe que eu te amo, diz. Connell. Nunca vou sentir isso por ninguém.
Ela assente, o.k. Ele está falando a verdade.
Para falar a verdade, eu não sei o que fazer, ele confessa. Me diz que você quer que eu fique e eu fico.
Ela fecha os olhos. É provável que ele não volte, ela ponde-ra. Ou volte, mas diferente. O que têm agora eles nunca mais poderão ter. Mas para ela a dor da solidão não vai ser nada se comparada à dor que costumava sentir, de não valer nada. Ele The trouxe a bondade como uma dádiva, e agora isso é parte dela.
Enquanto isso, a vida se abre à frente dele em todas as direções ao mesmo tempo. Fizeram muito bem um ao outro. De verda-de, ela pensa, de verdade. As pessoas podem mudar as outras de verdade.
Você devia ir, ela diz. Eu vou estar sempre aqui. Você sabe disso.”
O Cavalo Amarelo by Agatha Christie, John Almeida

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2.0

Vou sem bem sincera que esse livro demorou muito pra me pegar e ficar interessada de vez, tudo no começo tava confuso na minha cabeça.

Porque a lista dos nomes ter sido um alvo importante no começo do livro pra no final sinceramente não mudar nada no enredo?

Porque as bruxas no começo parecem ser tão intrigantes e misteriosas pra no final não ter nada de sobrenatural nos crimes?

Isso eu fiquei bem chateada porque esperava que o final fosse pelo menos esclarecido com os criminosos sendo presos e não algo muito fantasioso como foi parecendo no final

Não sei se eu entendi errado mas quando eu li eu senti isso diversas vezes, e é triste porque quando eu comecei a me apegar nessa leitura que já é mais ou menos metade do livro, ele acabou se mostrando um mistério tão irreal e confuso no final.

Ainda pretendo ler outros livros da Agatha Christie porque essa primeira leitura que eu tive dela, eu acredito que não influenciará em outros livros, e que foi só uma história que não me pegou. E eu já vi que ela tem bastante livros de crimes com histórias bem distintas e interessantes, espero que tenha sido apenas uma má escolha da minha parte. 
The Diary of a Young Girl by Anne Frank, Otto H. Frank

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5.0

Quando você começa o livro você percebe que a vida de anne antes do anexo poderia ser igual a de maioria das crianças de sua época, desfrutando de amores no colégio, fazendo amizades profundas ou nem tanto, tendo seu problema com professores e notas, vivendo em família em harmonia mas sempre tendo algumas discussões desnecessárias ou sérias. Até que você depois de algumas páginas e o avanço da repressão dos alemães aos judeus, percebemos que a vida e juventude dos judeus vão se restringindo, como por exemplo, só podem frequentar escolas israelitas não podem andar na rua em um determinado horário, só podem ir em hospitais para judeus e assim vai, e aí você já percebe que nada vai ser fácil para menina anne daqui pra frente e espera que ela consiga seguir a vida pós guerra e o antissemitismo dos alemães, mas infelizmente isso não é realizado. Eles se refugiem em um esconderijo chamado o Anexo Secreto e ai tudo muda, relações familiares e discussões são muito mais intensas pelo convívio em grande escala do seu tempo, eles vivem como porcos que não podem comer o melhor, por falta de dinheiro e por que o único mercado disponível pra eles são os clandestinos que em sua maioria vivem com escassez de alimentos e por isso muitas vezes eles não tem algo pra comer no café da manhã, fazem repartição da comida pra dar até o final do mês, adoecem por que não tem acesso a saúde ou a condições de vivência saudável no anexo e assim vai até 1944, com uns acreditando na vida pós guerra melhor e outros acreditando nessa vida só que como antes, como restrições e preconceito ainda internalizado na sociedade sobre os judeus, e Anne raramente via esses dois lados ela geralmente não acreditava nesse final pós guerra, mas mesmo assim ela tenta ser otimista no anexo, tentando desfrutar de risos e sorrisos durante o tempo que viveu lá para ter um convívio melhor. Nós leitores conseguimos até ter um alivio desse terror quando a pequena Anne começa se apaixonar e viver um “romance proibido”, se é que posso chamar isso de romance, com um rapaz mais velho que ela que está vivendo no a anexo junto à ela, mas ao mesmo tempo Anne não deixa de nos atualizar sobre os andamentos da guerra, esperançosa ou muitas vezes não sobre o fim desse terror e ainda mais o terror de serem descobertos diversas vezes. Posso ser sincera aqui que terminar esse livro não foi fácil e que o final eu mesmo assim não pude acreditar, que depois de tanto esforço para sobreviver no esconderijo eles foram descobertos e brevemente tendo sua vida interrompida de forma cruel, mas que ainda sim houve um sobrevivente nisso tudo que é o pai de Anne e que pode seguir com o que a filha sempre quis, que era publicar seu diário e conscientizar o mundo todo com sua vivência, triste ela não ter vivido pra ver o que a história dela impactou no mundo, e como ela se tornaria uma escritora e jornalista de sucesso num mundo justo. Obrigado Otto Frank e Anne Frank por se comprometerem com seus ideias e por consequência incentivarem uma população adoecida que sua crueldade não foi a solução de nada para uma sociedade melhor e sim apenas morte de inocentes. Descansem finalmente em paz!